O objetivo deste estudo foi analisar a tendência e o perfil epidemiológico da mortalidade por causas externas no estado de São Paulo, no período de 2000-2018. Estudo ecológico de série temporal, sendo os dados de óbitos por causas externas (capítulo XX - CID 10) extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade, sendo investigados: idade, sexo, raça, escolaridade, categoria do óbito e local de ocorrência. As variações da mortalidade por causas externas foram verificadas por meio das taxas de mortalidade padronizadas por sexo/faixa etária, estimou-se modelos de regressão linear simples para as taxas em função do ano. Para analisar se as proporções de óbitos diferiam entre estas variáveis investigadas foi utilizado o teste qui-quadrado, nível significância de 5%. No período de estudo, ocorreram no estado 506.374 óbitos por causas externas, com diminuição significativa ao longo dos anos, taxa geral de 90,61/100.000 hab. (2000) para 50,21/100.000 hab. (2018). A queda foi observada em todos os grupos etários, em ambos os sexos, exceção aos idosos, sendo mais expressiva no sexo masculino de 15 a 29 anos (258,82/100.000 hab. 2000 para 83,65/100.000 hab. 2018). Brancos concentraram a maioria dos óbitos (81,1%-total), notou-se aumento na proporção de óbitos em pessoas com 8 anos ou mais de escolaridade e em viúvos/separados. Quedas, acidentes de transporte terrestre, riscos acidentais à respiração e suicídio aumentaram proporcionalmente e homicídios decaíram ao longo dos anos. A maioria dos óbitos ocorreu em hospitais. Faz-se necessário conhecer a tendência e distribuição da mortalidade por causas externas para melhor direcionamento das Políticas Públicas.