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Background: O tumor venéreo transmissível (TVT) é caracterizado como um tumor de células redondas cuja transmissão se dá principalmente por contato sexual entre os animais ou transplante direto de célula neoplásica por lambedura ou contato direto com a região desgastada. O TVT é o tumor mais comumente encontrado em cães de vida errante e acomete predominantemente a área genital como vagina e prepúcio, a cavidade oral e nasal, sendo pouco comum o diagnóstico em outras regiões. O presente trabalho objetiva relatar um caso de uma cadela acometida por TVT vaginal e também intracavitário, atendida na Clínica Veterinária Escola (CVE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), campus Curitibanos. Case: Uma fêmea canina domiciliada, SRD, de aproximadamente 10 anos de idade e castrada havia 2 anos na mesma instituição, chegou com queixa da tutora de disquesia, constipação e presença de secreção vaginal piossanguinolenta havia algumas semanas. Ao exame físico, constatou-se a presença de quatro massas lisas, redondas, enfileiradas e com consistência macia variando de 1 a 2 cm ao fundo do teto vaginal. A paciente foi encaminhada para realização de exame ultrassonográfico (US) e fez-se coleta por swab vaginal para exame citológico. O resultado do US mostrou estrutura com formato heterogêneo, com centro mais hipoecogênico em relação à periferia, com contornos irregulares e medindo cerca de 2,63 x 6,10 cm, em topografia uterina caudalmente à vesícula urinária. Foi realizada uma laparotomia exploratória com remoção total da massa, que estava circundando a uretra proximal, e o material foi enviado para a histopatologia e citologia, cujos laudos indicaram TVT. Optou-se, após, pela quimioterapia, sendo realizadas seis aplicações de vincristina por via intravenosa (0,5 mg/m2) com intervalo de 15 dias entre cada aplicação. Foram feitas seis sessões do protocolo quimioterápico, ao todo, sem melhora completa. Foi sugerido um novo protocolo quimioterápico à base de doxorrubicina, o qual não foi aceito pela tutora. Três meses após o fim do protocolo quimioterápico, foi realizada uma nova avaliação da paciente, tendo sido constatado que não houve progressão das massas vaginais à palpação vaginal e sem indícios de recidiva da massa intracavitária ao exame ultrassonográfico. Discussion: O TVT é um tumor venéreo que acomete quase que 100% animais não castrados, sendo que nas fêmeas as localidades mais comuns são vagina (53%), vulva (13%) e extragenital (14%). A fêmea em questão não apresentava massa intracavitária no momento da castração realizada dois anos antes. No momento do diagnóstico, apresentava a forma extragenital do tumor, consistente em uma massa intra-abdominal, além da ocorrência genital no teto vaginal. O quimioterápico vincristina é o fármaco de eleição para tratamento do tumor venéreo transmissível, devido à sua grande eficácia associada à sua aplicação de quatro a seis sessões. Entretanto, neste caso, não houve eficácia, podendo-se, desta forma, enquadrá-la como um dos casos de resistência farmacológica comprovada, sendo este quimioterápico ineficaz para a regressão total do tumor. Deste modo, pode-se concluir que, apesar da singularidade, é possível encontrar massas intracavitárias por TVT, destacando-se assim a importância de um exame físico minucioso associado a ferramentas diagnósticas como a ultrassonografia e histopatologia, mesmo em se tratando de pacientes castradas.
Background: O tumor venéreo transmissível (TVT) é caracterizado como um tumor de células redondas cuja transmissão se dá principalmente por contato sexual entre os animais ou transplante direto de célula neoplásica por lambedura ou contato direto com a região desgastada. O TVT é o tumor mais comumente encontrado em cães de vida errante e acomete predominantemente a área genital como vagina e prepúcio, a cavidade oral e nasal, sendo pouco comum o diagnóstico em outras regiões. O presente trabalho objetiva relatar um caso de uma cadela acometida por TVT vaginal e também intracavitário, atendida na Clínica Veterinária Escola (CVE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), campus Curitibanos. Case: Uma fêmea canina domiciliada, SRD, de aproximadamente 10 anos de idade e castrada havia 2 anos na mesma instituição, chegou com queixa da tutora de disquesia, constipação e presença de secreção vaginal piossanguinolenta havia algumas semanas. Ao exame físico, constatou-se a presença de quatro massas lisas, redondas, enfileiradas e com consistência macia variando de 1 a 2 cm ao fundo do teto vaginal. A paciente foi encaminhada para realização de exame ultrassonográfico (US) e fez-se coleta por swab vaginal para exame citológico. O resultado do US mostrou estrutura com formato heterogêneo, com centro mais hipoecogênico em relação à periferia, com contornos irregulares e medindo cerca de 2,63 x 6,10 cm, em topografia uterina caudalmente à vesícula urinária. Foi realizada uma laparotomia exploratória com remoção total da massa, que estava circundando a uretra proximal, e o material foi enviado para a histopatologia e citologia, cujos laudos indicaram TVT. Optou-se, após, pela quimioterapia, sendo realizadas seis aplicações de vincristina por via intravenosa (0,5 mg/m2) com intervalo de 15 dias entre cada aplicação. Foram feitas seis sessões do protocolo quimioterápico, ao todo, sem melhora completa. Foi sugerido um novo protocolo quimioterápico à base de doxorrubicina, o qual não foi aceito pela tutora. Três meses após o fim do protocolo quimioterápico, foi realizada uma nova avaliação da paciente, tendo sido constatado que não houve progressão das massas vaginais à palpação vaginal e sem indícios de recidiva da massa intracavitária ao exame ultrassonográfico. Discussion: O TVT é um tumor venéreo que acomete quase que 100% animais não castrados, sendo que nas fêmeas as localidades mais comuns são vagina (53%), vulva (13%) e extragenital (14%). A fêmea em questão não apresentava massa intracavitária no momento da castração realizada dois anos antes. No momento do diagnóstico, apresentava a forma extragenital do tumor, consistente em uma massa intra-abdominal, além da ocorrência genital no teto vaginal. O quimioterápico vincristina é o fármaco de eleição para tratamento do tumor venéreo transmissível, devido à sua grande eficácia associada à sua aplicação de quatro a seis sessões. Entretanto, neste caso, não houve eficácia, podendo-se, desta forma, enquadrá-la como um dos casos de resistência farmacológica comprovada, sendo este quimioterápico ineficaz para a regressão total do tumor. Deste modo, pode-se concluir que, apesar da singularidade, é possível encontrar massas intracavitárias por TVT, destacando-se assim a importância de um exame físico minucioso associado a ferramentas diagnósticas como a ultrassonografia e histopatologia, mesmo em se tratando de pacientes castradas.
Background: Canine venereal transmissible tumor (TVT) is a neoplasia with high incidence and wide distribution across Brazil. The genital mucosa is the most affected site, and the coitus is the main transmission route. However, the extragenital form of the disease can occur, with or without concomitant involvement of the external genitalia. The observation of metastasis is uncommon but can occur in lymph nodes, skin, muscle, oral cavity, nasal cavity, brain, eyes, spleen, liver, and abdominal cavity. Thus, the objective of this study was to report two cases of primary extragenital canine TVT with regional lymph node metastasis. Case: Case 1 was a two-years-old mixed-breed male dog with outdoor access and a history of a nodule in the oral mucosa, with an evolution time of two months. During the physical examination, it was observed a nodule on the left side of the lower lip mucosa, which was friable, with an irregular and ulcerated surface, and presenting bloody discharge. Additionally, the left submandibular lymph node was hypertrophied. Complete blood count (CBC), serum biochemistry, and abdominal ultrasonography were normal. The nodule and lymph node cytology were compatible with plasmacytoid-like TVT. Case 2 was another two-year-old mixed-breed male dog with outdoor access presenting increased nasal planum volume, weight loss, dyspnea, cough, and epistaxis for the past two weeks. During the examination, a nodule in the cranial part of the left nostril was observed. The volume of the nasal planum was increased, and the oral cavity presented ulceration in the hard palate. Moreover, the left submandibular lymph node was hypertrophied. CBC revealed normochromic normocytic anemia and intraplatelet inclusions compatible with Anaplasma platys. Radiography revealed increased radiopacity of the sinuses. The cytology of the lesions of the nostril and hard palate, and lymph node were compatible with mixed-type TVT. Both animals were treated with sulfate vincristine (0.7 mg/m2, IV, weekly, for 4 weeks), ivermectin (0.6 mg/kg, SC, weekly, for 4 weeks), and calf thymus lysate (4 ml/animal, PO, every 24 hours, for 4 weeks). Case 2 was also treated with doxycycline (10 mg/kg, PO, BID, for 4 weeks) for anaplasmosis. The animals presented a good therapeutic response, with resolution of the clinical abnormalities after 4 weeks of treatment. Discussion: The TVT is considered a neoplasm of round cells and is mainly transmitted through sexual contact. Therefore, animals with outdoor access are at higher risk of acquiring this disease. Canine TVT usually has benign behavior, and metastases are observed at a rate of 1 to 15% of the cases, being associated with some factors, such as long permanence of the tumor in the animal, immunosuppression, and advanced age. The extragenital presentations of TVT affect mainly the nasal cavity (11%), followed by the skin (10%) and oral cavity (5%). Regarding the therapy, the procedure of choice is chemotherapy, with vincristine sulfate being the first choice of antineoplastic drug, and the primary extragenital forms of TVT with metastasis present a good response to this treatment. Extragenital TVT should be included as a differential diagnosis for nodules in the oral and nasal cavities of dogs, with the possibility of regional metastasis and the absence of primary genital lesions.
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