As infecções por Clostridioides difficile (CDI) aumentaram em gravidade e incidência durante a última década. O câncer predispõe os pacientes à CDI, devido à maior exposição aos fatores de risco. O presente estudo teve como objetivo determinar a prevalência, resposta clínica, desfecho, descrever os fatores de risco estabelecidos na literatura em pacientes oncológicos com CDI. O estudo foi realizado em dois serviços de referência em oncologia de Recife/PE e envolveu pessoas com idade ≥18 anos, que apresentaram o quadro de diarreia após 48horas da admissão hospitalar, no período de novembro/2017 a agosto/2019. Para o diagnóstico de CDI foi utilizado o exame Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qRT-PCR). Um total de 156 pacientes foram incluídos, a CDI foi identificada em 7,05% (11/156) dos pacientes estudados, todos isolados foram rastreados e amplificados por qRT-PCR quanto à presença dos genes que codificam as toxinas A e B (tcdA e tcdB), toxina binária (cdtA) e triose fosfato isomerase (tpi). O câncer de mama 27,3% (3/11) e a leucemia linfóide aguda 18,2% (2/11) foram os cânceres mais frequentes; 90,9% (10/11) fizeram uso de antibióticos e 63,6% (7/11) dos casos evoluíram para óbito. Apesar de utilizar a técnica qRT-PCR, que é a mais sensível e específica, a prevalência de CDI foi baixa 7,05% (11/156), não houve registros de casos de CDI graves, sendo a maioria dos casos leves, o que sugere uma circulação de cepas com baixa virulência que determinam menor morbidade e mortalidade.