INTRODUÇÃOEspondilólise é uma interrupção da pars articularis ou istmo (1) . A prevalência deste defeito foi relatada entre 2,3 e 10% da população geral, sendo que a maioria parece ser assintomática. Entretanto, cerca de 25% dos pacientes com este defeito podem apresentar dor lombar baixa ou dor radicular (2) . A prevalência parece ser aumentada em homens e indivíduos fortemente ativos ou em atletas. Há um forte componente de hereditariedade (3) . A maioria dos casos ocorre nos níveis L5 (cerca de 90%) (2) . O defeito é unilateral em aproximadamente um quinto dos casos (3) .A etiologia é controversa, com muitas teorias propostas. Porém, acredita-se que na maioria dos casos é uma alteração de desenvolvimento que ocorre na primeira década de vida. Fraturas de estresse durante a adolescência também são encontradas (4) .Outras teorias, como alteração congênita e fratura aguda do istmo, foram propostas. Uma pequena porcentagem dos casos tem origem displásica (1) . Como esta lesão foi descrita apenas em humanos, é possível que a postura ereta associada a estresse inapropriado possa representar um fator etiológico importante. Provavelmente, estas diferentes origens estejam presentes sozinhas ou de maneira associada em cada caso.As alterações relacionadas à espondilólise podem ser reconhecidas pela radiografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e cintilografia. Os achados que podem ser encontrados e as vantagens e desvantagens de cada método serão discutidos a seguir.Palavras-chave: coluna vertebral, espondilólise, imagem, ressonância magnética, tomografia computadorizada, raios X.
RADIOgRAFIAA alteração é vista à radiografia no istmo ou pars articularis, uma região da lâmina entre as facetas articulares superior e inferior (Figuras 1, 2 e 3). O sinal radiológico mais precoce é a osteopenia, seguida pelo calo endosteal. A linha de fratura pode não ser evidente, sendo que neste caso o achado dominante é esclerose. O perfil, geralmente, demonstra o defeito, especialmente se a espondilolistese estiver associada (3) . Enquanto as não-uniões crônicas podem ser demonstradas à radiografia, ela, entretanto, é pouco confiável para detecção de lesões precoces e agudas (4) .A incidência ântero-posterior demonstra o defeito da pars interarticularis apenas em uma pequena proporção dos casos, embora possam ser vistos sinais secundários como fragmentação laminar, espessamento laminar e mau alinhamento vertebral (3) (Figura1). Devido à obliqüidade das vértebras, a pars interarticularis na região lombar baixa não é adequadamente avaliada na incidência frontal, justamente onde a freqüência de lise é maior. Uma incidência ântero-Figura 1 -Radiografia AP evidencia defeito na pars interarticularis direita de L5.