Mulheres epilépticas grávidas apresentam desafios únicos para o controle farmacológico das crises convulsivas, dada à teratogenicidade de muitos desses fármacos e ao aumento do número de crises no período gestacional. Nesse cenário, terapias não farmacológicas como a estimulação do nervo vago ganham bastante destaque. A terapia consiste no implante de eletrodos no nervo vago esquerdo, gerando impulsos que modificam a atividade elétrica estereotipada de uma convulsão e com isso reduz até 50% dos episódios de crises no primeiro ano de uso. Esta revisão integrativa objetiva avaliar os resultados da estimulação vagal em grávidas epilépticas. Foram utilizados os Medical Subject Headings (MeSH) “Drug Resistant Epilepsy”, "Vagus Nerve Stimulation" e "Pregnancy" nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde incluindo os trabalhos publicados nos últimos 10 anos. Das 25 publicações encontradas, apenas 12 atenderam aos critérios de inclusão do estudo, com outros 7 trabalhos sendo incluídos a partir da busca nas referências dos estudos selecionados inicialmente, totalizando 19 artigos para a análise. Os achados demonstraram que embora haja um aumento de intervenções obstétricas em mulheres que aderem ao tratamento, não se pode afirmar que são devido à estimulação vagal e elas não pareceram refletir em riscos à saúde materno-fetal. Além disso, pacientes que associavam o estímulo vagal com polifarmácia tiveram mais intervenções obstétricas do que pacientes que a associavam com a monoterapia farmacológica. Sendo assim, acredita-se que a terapia de estimulação de nervo vago seja benéfica para as gestantes, visto que pode reduzir a quantidade de drogas utilizadas no controle das crises, diminuindo a carga teratogênica da terapia, embora mais estudos multicêntricos sejam necessários para afirmar com maior evidência a segurança da estimulação vagal.