A raiva é uma enfermidade zoonótica causada por um vírus envelopado da família Rhabdoviridae, responsável por alterações neurológicas progressivas e fatais. A transmissão se dá pela exposição à saliva de animais infectados. O diagnóstico oficial de raiva é feito pela técnica de imunofluorescência direta. O objetivo desse estudo foi descrever um caso de raiva em um equino na região do Vale do Rio Doce/MG abordando seus aspectos epidemiológicos e clínico-patológicos. Foi atendido um equino, fêmea, Manga Larga Marchador, de um ano e meio de idade, proveniente do município de Resplendor/MG, Vale do Rio Doce, com decúbito lateral, sudorese intensa, nistagmo e movimentos de pedalagem há dois dias. Devido a uma queda. O animal morreu e o sistema nervoso central foi retirado e encaminhado pare análise. Histologicamente observou-se encefalite não supurativa sugestiva de raiva. No teste de imunofluorescência direta, houve detecção de antígenos virais de raiva, confirmando o diagnóstico definitivo da doença nesse equino. É importante ressaltar que esse cavalo havia recebido uma única dose da vacina de raiva. Entretanto, casos de raiva têm sido descritos em animais que receberam apenas uma única dose da vacina. Além disso, este caso ocorreu na região do vale do Rio Doce, no estado de Minas Gerais. Esse estado é considerado endêmico para raiva. Tem sido mencionado que a manutenção da doença nesta região está associada a introdução de animais domésticos, o desmatamento do bioma Mata Atlântica e a urbanização das áreas rurais. Chama a atenção, que recentemente nessa mesma região (Vale do Rio Doce) foi noticiado um caso de raiva humana transmitida por herbívoro.