Objetivo: sintetizar as evidências científicas sobre a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e seus fatores de risco (FR) na população beneficiária do Programa Bolsa Família (PBF). Métodos: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cuja busca por publicações de 2004 a 2020 foi feita nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Indice Bibliográico Español en Ciencias de la Salud (IBECS), via Biblioteca Virtual da Saúde (BVS); Medline, via Pubmed, SCOPUS (via Portal CAPES); e Scientific Electronic Library Online - SciELO. Resultados: foram selecionados 23 artigos, os quais foram agrupados em três categorias: 1) Prevalência dos fatores de risco para DCNT em mulheres beneficiárias do PBF: as mulheres beneficiárias apresentaram piores desfechos no consumo de tabaco, menor prática de atividade física, maior prevalência de diabetes, hipertensão e obesidade; 2) Estado nutricional e insegurança alimentar em crianças, adolescentes e famílias beneficiárias do PBF: os estudos apontaram para uma elevada prevalência de obesidade e coexistência de déficit estatural em crianças beneficiárias; e 3) Consumo alimentar de beneficiários do PBF: foi identificado um padrão não saudável de alimentação. Conclusão: usuários do PBF apresentam elevadas prevalências de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis e pior padrão alimentar. Esses dados reforçam a importância de o PBF estar sendo direcionado às populações mais vulneráveis, visando mitigar as imensas desigualdades sociais. No entanto, é necessário avançar em outras políticas públicas de proteção social que impactem os determinantes sociais e melhorem a qualidade de vida de extensa camada da população brasileira.