O presente artigo tem por meta analisar o romance A hora da história (2014), de Thrity Umrigar, com base na tríade conceitual migrações-especularidade-sororidade, conforme esses elementos aparecem e influenciam a vida e a trajetória identitária das protagonistas Lakshmi e Maggie, com vistas a constatar a tomada de consciência por parte das protagonistas das diversas camadas, evidentes ou mais sutis, de exclusão, de preconceito, subalternização ou opressão a que os mecanismos da sociedade patriarcal oriental (indiana) e ocidental (estadunidense) as expõem. Como desdobramento desse processo, analisaremos as tensões e interações advindas das relações especulares entre as protagonistas que a narrativa vai tecendo para elas, assim como os efeitos da cooperação solidária e da amizade que a sororidade que se instalará nas suas vidas vai proporcionar. Por fim, a despeito dos percalços que os périplos identitários das protagonistas ocasionarão, constataremos a conquista de suas identidades mais empoderadas e desvinculadas da influência patriarcal. Nesse sentido, dentre os teóricos e críticos de que lançaremos mão, figuram Núbia Hanciau (2005), Stuart Hall (2003), Simon Harel (1992), Emílio Santoro (2014), Sandra Regina G. Almeida (2015), bell hooks (1997), Audre Lorde (1997) e Rehka Pande (2009).