“…A dinâmica de interiorização penitenciária modifica a paisagem paulista como parte da nova onda punitiva de caráter neoliberal que possui como alvo a população mais pobre (Wacquant, 2003). Entretanto, pesquisas recentes questionam a existência de um bloco neoliberal de caráter universal elucidando certas especificidades da punição ao estilo brasileiro, como: 1. a escassez material imposta pelo Estado dentro das prisões como forma produtiva de práticas específicas configurando um dispositivo carcerário paulista (Godoi, 2017); 2. a prisão enquanto parte de um amplo mecanismo de gestão de populações e territórios (Godoi, 2017;Mallart, 2019;Lago, 2019) e 3. o princípio construtivo das práticas de dentro e fora da prisão pautado pela sustentação familiar (Silvestre, 2011;Ferraz de Lima, 2013;Godoi, 2017;Padovani, 2019;Lago, 2019).…”