Os mapas são ferramentas que educam e subjetivam sujeitos e populações em relação ao espaço. Com o passar dos anos, os saberes técnicos e geopolíticos que os envolvem transformaram-se, ocasionando a constante atualização de seus formatos. Neste texto, portanto, discute-se conhecimentos acerca de suas elaborações, capacidades de leitura e, principalmente, de seus efeitos discursivos, a partir da noção de geobiopolítica. Nesse sentido, entende-se que tais ferramentas, analógicas ou digitais, se encontram articuladas aos cotidianos de muitos sujeitos, especialmente nos dias de hoje. Busca-se dissociar os mapas de uma visão hierárquica de poder, que foi predominante na cartografia durante o período mercantilista, adotando-se conceitos foucaultianos, por meio de uma perspectiva pós-estruturalista. Toma-se a geobiopolítica como processo de quantificação e controle de informações relacionadas às populações e às estruturas espaciais que produzem racionalidades espaciais – espacialidades. Afirma-se, por meio dos tensionamentos propostos, que os mapas operam como estratégias geobiopolíticas que produzem verdades acerca do espaço e das dinâmicas que o envolvem, especialmente as populacionais., definindo o que é considerado relevante, legítimo ou dominante em determinadas espacialidades e temporalidades. Além disso, atenta-se ao fato de que não estão necessariamente restritos a conjuntos de especialistas, mas articulam-se às dinâmicas contemporâneas sendo balizados pelos dados e usos dos próprios sujeitos usuários.