“…Na análise da bibliografia nacional, é importante destacar que, especialmente na área de estudos da Educação, ainda há uma lacuna de pesquisas que tratem de modo mais específico e detalhado do papel dos processos de transmissão e herança intergeracionais na formação e na transformação dos comportamentos políticos de indivíduos e grupo. No entanto, importantes estudos, majoritariamente quantitativos e do campo das Ciências Políticas, lançam luz sobre uma série de correlações entre os comportamentos políticos da população brasileira, com destaque para o comportamento eleitoral, e diferentes dimensões da posição social, tais como renda, escolaridade, sexo, idade, nível de informação e efeitos geracionais (ROCHA, 2018;BORBA, 2019;PAULINO;SILVA, 2019). Vale ainda destacar que, na última década, as pesquisas sobre comportamento político no Brasil foram fortemente marcadas pela discussão em torno dos efeitos da diminuição das desigualdades e da pobreza, bem como do surgimento e do enfraquecimento do lulismo 5 , relacionado, entre outros fatores, ao ascenso do antipetismo (SAMUELS, 2004;TERRON;SOARES, 2010;VIDIGAL, 2018;RIBEIRO, 2011;RIBEIRO;CARREIRÃO;BORBA, 2016).…”