Entre a crise financeira de 2007-2008 e a crise pandémica da Covid-19, o bairro dos Anjos, em Lisboa, ofereceu uma particular concentração de espaços públicos que promoviam concertos, exposições, aulas de dança, bares, etc. Muitos destes espaços não têm fins lucrativos e promovem a democracia cultural combatendo assim a gentrificação. A partir de visitas ao bairro, análise documental e entrevistas com dirigentes, voluntários e outros atores chave, identificam-se dois ideais-tipo das missões destes espaços: o cultural-entretenimento e o cultural-ativista. Concluímos salientando que ambos nos permitem doravante monitorizar a influência da participação destes espaços na reconfiguração urbana.