Descritores:Toxina botulínica tipo A/administração & dosagem; Toxina botulínica tipo A/uso terapêutico; Espasmo hemifacial; Blefaroespasmo/terapia; Aceitação pelo paciente de cuidados de saúde; Satisfação do paciente; Recidiva
INTRODUÇÃOAs distonias faciais mais freqüentes são o blefaroespasmo e o espasmo hemifacial. O blefaroespasmo é uma afecção adquirida das pálpebras, caracterizada por contrações tônicas espasmódicas do músculo orbicular, próce-rus e corrugador dos supercílios. Durante muito tempo foi considerado como uma manifestação de natureza psiquiátrica. Atualmente acredita-se que seja uma doença orgânica neurológica, provavelmente relacionada a alterações nos gânglios da base (1)(2) .Ocorre principalmente em mulheres acima de 50 anos e geralmente é bilateral. Com o tempo, há progressão do quadro clínico, com aumento da Toxina botulínica no tratamento de distonias faciais: avaliação da eficácia e da satisfação dos pacientes ao longo do tratamento Objetivos: Estudar a eficácia do tratamento com toxina botulínica nos pacientes com distonia facial e a satisfação com o tratamento ao longo do tempo. Métodos: Estudo retrospectivo de 42 pacientes portadores de distonia facial acompanhados no setor de Plástica Ocular da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Resultados: Após as primeiras aplicações, 45,2% dos pacientes deram notas entre 9-10 para melhora do espasmo, 35,7% deram notas entre 7-8, 16,7% deram notas entre 5-6 e apenas um paciente deu nota 4. Em relação ao intervalo de reaparecimento do espasmo, 4,8% dos pacientes referiram entre 5-6 meses, 64,2% entre 3-4 meses e 31% entre 1-2 meses. Ao longo do tratamento, 76,1% dos pacientes referiram manter a mesma nota sobre a melhora do espasmo, 19,1% referiram melhora do resultado nas aplicações e apenas 4,8% referiram piora da eficácia nas aplicações atuais. Quanto ao tempo de retorno do espasmo após aplicação, 64,2% relataram não haver mudança ao longo do seguimento no serviço, 16,7% relataram aumento e 19,1% relataram diminuição do intervalo de remissão dos sintomas. Após aplicação, 19% dos pacientes apresentaram efeitos colaterais e 73,8% dos pacientes referiram desconforto apenas leve ou moderado em relação à aplicação. Conclusões: O uso da toxina botulínica foi eficaz e não houve alteração da eficácia ao longo do tempo. São poucos os efeitos colaterais e boa tolerância à administração. É boa alternativa para melhorar a qualidade de vida desses pacientes evitando a cegueira funcional causada por essas doenças.