O artigo analisa a compreensão das professoras da educação infantil sobre qualidade de vida e autocuidado. Trata-se de estudo exploratório, qualitativo, com a participação de 20 professoras de um Centro de Educação Infantil, em Fortaleza, Ceará, Brasil. Na coleta de dados, utilizou-se roteiro com informações sociodemográficas e entrevista semiestruturada com tópicos sobre abordagem geral da docência, qualidade de vida e autocuidado. Para a análise do material empírico, adotou-se a técnica de análise de conteúdo na modalidade temática, entrecruzando similaridades e dissensos textuais, as categorias centrais convergiram para as temáticas – compreensão acerca da qualidade de vida e estratégias de autocuidado – que orientam a discussão e interpretação. Os resultados concentram-se na sobrecarga de trabalho dessas professoras, na fragilidade dos vínculos de trabalho com contratos temporários, na escassez de tempo para dedicarem-se a si próprias e para conviverem com a família. As sobreposições de fatores impactam diretamente na qualidade de vida e comprometem a efetivação do autocuidado. As professoras mencionam a utilização de arteterapia, canto, meditação, dança, entre outras estratégias, como formas de regularem suas emoções diante de situações adversas no ambiente profissional e nas dinâmicas da vida pessoal. Cuidar de si, do outro e usufruir um bem-estar para lidar com as dinâmicas pessoais, familiares e profissionais são anseios de professoras da educação infantil. Depreende-se que os resultados reforçam a urgência de articulações entre professores e gestores municipais sobre a necessidade de o tema ser abordado e debatido como pauta contínua na qualificação do cuidado e melhorar a qualidade de vida.