Espiritualidade, Religiosidade, Distress e Qualidade de Vida em Pacientes Oncológicos

Abstract

O presente estudo teve o objetivo de avaliar a relação entre o distress, a qualidade de vida e a prática espiritual e religiosa (ER) em pacientes recém-diagnosticados com câncer, na primeira linha de tratamento quimioterápico. Trata-se de um estudo transversal, que avaliou 100 pacientes quanto ao distress (Termômetro de Distress), qualidade de vida (Functional Assessment of Chronic Illness Therapy – General) e espiritualidade (Functional Assessment of Chronic Illness Therapy – Spiritual Well-Being Scale e Escala de Religiosidade da Universidade de Duke). Os resultados sugerem que a prática ER é uma importante estratégia no enfrentamento do diagnóstico e tratamento do câncer, estando associada significativamente a um menor nível de distress, melhor qualidade de vida e melhor bem-estar espiritual.

Análise Da Interface Entre Espiritualidade E Saúde Mental No Contexto Profissional-Usuário

“…Ademais, de acordo com Lemos (2019), em particular com relação a doenças específicas (como a esclerose múltipla), nalgumas pesquisas pode-se conferir resultados favoráveis ao processo de redução de sintomas ou consequências da doença, como o estresse. Cabe salientar, também, que a espiritualidade em concomitância ao tratamento oficial tende a ser entendida como experiência de cada sujeito (Lemos, 2019;Okuma et al, 2021). Tal quadro acena para a importância do respeito e compreensão da situação vivida por cada paciente.…”

“…As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) são um exemplo da ampliação do entendimento sobre o objetivo desta pesquisa (Teixeira, 2020), no Sistema Único de Saúde (SUS), vigente no Brasil como uma política estatal. Assim, a saúde tendo sua conotação multidimensional, quando aplicada tal percepção se mostra peremptória no que diz respeito à saúde mental, como apontam as pesquisas que dizem respeito à saúde física, e mental, das quais também têm-se conclusões positivas (Ribeiro et al, 2019;Okuma et al, 2021). Alguns autores entendem que "indivíduos com maior religiosidade/espiritualidade referem melhor bem-estar geral, menores índices de depressão e ansiedade e, menor prevalência no uso e abuso de substâncias psicoativas e comportamento suicida" (Forti et al, 2018, p.464).…”

“…Ademais, aspectos da espiritualidade podem fornecer suporte emocional e fortalecimento durante o processo terapêutico, permitindo que o cliente desenvolva mecanismos saudáveis de enfrentamento diante das dificuldades do cotidiano (Teixeira, 2020;Vale;Libero, 2017). Nesse ínterim, a incorporação da compressão do papel da espiritualidade no adoecimento também pode ampliar a perspectiva terapêutica através da exploração de valores fundamentais e princípios morais que podem orientar as escolhas do indivíduo (Okuma et al, 2021). Por fim, a espiritualidade possibilita uma conexão profunda com algo maior do que si mesmo, seja através da religião ou de crenças pessoais, contribuindo para a construção de uma identidade mais completa e autêntica.…”

A Influência da Espiritualidade na Saúde Mental de Jovens e Adultos: uma Revisão Sistemática

“…Diante disso, a espiritualidade é empregada como recurso, principalmente, em contextos de adoecimento, no caráter de doenças crônicas, em que espiritualidade é considerada como um suporte aos pacientes, levando a uma melhor adaptação e tolerância frente ao diagnóstico e tratamento. Também foi apontada como um fator de proteção, em casos de transtornos mentais, tanto para os pacientes como para seus familiares (Backes et al, 2012;Costa et al, 2016;Dallalana & Batista, 2014;Farinhas et al, 2013;Gobatto & Araújo, 2013;Gomes et al, 2018;Hipolito et al, 2017;Hott & Reinaldo, 2020;Souza et al, 2015;Nascimento et al, 2020;Okuma et al, 2021;Paglione et al, 2019;Pallini et al, 2019;Reinaldo & Santos, 2016;Salimena et al, 2016;Silva et al, 2021;Silva & Scorsolini-Comin, 2020).…”

“…Os 37 artigos analisados retrataram como público os pacientes com doenças crônicas e usuários de álcool/drogas, sendo que 10 periódicos eram de pacientes com transtornos mentais. A amostra com doença crônica mais presente na pesquisa foi de pacientes com câncer (Costa et al, 2016;Farinhas et al, 2013;Miranda et al, 2015;Pallini et al, 2019;Sousa et al, 2017;Veit & Castro, 2013a;Veit & Castro, 2013b) e pacientes com doenças renais (Bravin et al, 2019;Bravin et al, 2017;Gesualdo et al, 2017;Gomes et al, 2018;Souza et al, 2015;Okuma et al, 2021;Paglione et al, 2019;Rusa et al, 2014;Siqueira et al, 2019).…”