Esporotricose: Revisão

Abstract

A esporotricose é uma micose zoonótica causada pela inoculação traumática de material carreando espécies do complexo Sporothrix schenkii. As lesões nodulares características ocorrem nos tecidos cutâneo, subcutâneo, linfático e, por vezes, se disseminam pelos órgãos. A esporotricose é um problema de saúde pública, uma vez que afeta também o homem, principalmente em áreas endêmicas. No Brasil, sabe-se que a doença não tratada nos animais tem relevante participação na sua disseminação. Por essa razão, é de extrema importância que haja reconhecimento desta micose por parte dos médicos veterinários, para que então se realize diagnóstico laboratorial dos animais suspeitos, e a correta conduta clínica, e condução de estudos epidemiológicos, que permitem conhecer a realidade desta doença e difundir informações. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi realizar levantamento bibliográfico dos trabalhos produzidos sobre esporotricose nos últimos anos.

Esporotricosis felina: reporte de caso

“…O S. schenckii causa uma enfermidade subcutânea piogranulomatosa, com ampla distribuição mundial, se apresenta na forma micelial, entre 25 ºC e 30º C. É considerado sapróbio de cascas de árvores e de solos ricos em matéria orgânica e vegetação, crescendo principalmente em locais quentes e úmidos (Araujo et al, 2020;Araujo & Leal, 2016;Barros et al, 2012). O Sporothrix vive na forma filamentosa e, após haver a inoculação no hospedeiro ou em cultivos com temperaturas de 37º C ocorre a transição para sua fase leveduriforme (Cavalcanti et al, 2018;Pires, 2017).…”

“…Na China encontrase, predominantemente, S. globosa; na África do Sul é mais comum a S. schenkii e no Brasil a S. brasiliensis. A doença ocorre com menor frequência no Japão, Austrália, Índia e Europa, embora seja considerado um fungo cosmopolita (Cavalcanti et al, 2018;Pires, 2017). No Brasil é considerada uma doença endêmica no Rio de Janeiro, onde possui cerca de oito mil casos entre humanos e animais e na região sul do estado do Rio Grande do Sul, onde existem cerca de mil casos confirmados pelo laboratório de Micologia da Universidade Federal de Pelotas (Cavalcanti et al, 2018;Pires, 2017).…”

Conocimiento sobre la infección por esporotricosis en humanos entre dueños de gatos en la ciudad de São Paulo, Brasil

“…Dados mais recentes mostram que houve notificações principalmente no Itaim Paulista, Grajaú, Jaraguá, Vila Maria, Penha, Capão Redondo, Tucuruvi e Jaçanã. A esporotricose passou a ser de notificação compulsória em fevereiro de 2020 no município de São Paulo, devendo ser realizada via SINAN, (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) para que a doença e sua evolução possa ser monitorada (Cavalcanti et al, 2018;Greene et al, 1993;Hartmann & Baneth, 2006). A infecção ocorre principalmente pela inoculação do agente através do contato com as plantas e solo contaminados.…”

“…Os felinos, principalmente machos não castrados com acesso a rua, adquirem o hábito de arranhar árvores e cavar buracos no solo para cobrir seus dejetos, quando a inoculação pode ocorrer. Já a transmissão para os humanos ocorre pela mordedura e arranhadura de gatos infectados (Cavalcanti et al, 2018;Greene et al, 1993;Pires, 2017). Os felinos são altamente suscetíveis a esporotricose e a evolução da doença pode ser muito rápida.…”

“…Os sinais e sintomas podem variar desde uma infecção na forma de lesões na pele até o acometimento sistêmico devido a disseminação pelo sangue. Na forma sistêmica observa-se principalmente febre, apatia e anorexia (Cavalcanti et al, 2018;Greene et al, 1993;Pires, 2017). Nos felinos a síndrome cutânea é a mais observada.…”