INTRODUÇÃOApesar das várias inovações tecnológicas incorporadas no procedimento hemodialítico, os estudos brasileiros não demonstram melhora da sobrevida dos pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) na última década [1][2][3] . Esse fato, que corresponde também aos registros mundiais de diálise 4,5 , impulsionou o interesse em se constatar o nível de qualidade de vida oferecida pela terapia hemodialítica, sendo essa medida cada vez mais recomendada como parâmetro a ser monitorizado regularmente. Além disso, tem crescido a importância do nível de qualidade de vida como fator prognóstico de desfechos clínicos insatisfatórios tais como: mortalidade, número de internações, falta de adesão à terapia hemodialítica 6 . A falta de incremento da sobrevida dos portadores de IRC mantidos em hemodiálise poderia ser explicada pelo aumento da idade média das pessoas que têm iniciado terapia hemodialítica de manutenção nos últimos anos 7 . O interesse pelos efeitos da idade justifica-se pelo crescimento recente do número de idosos que iniciam terapia hemodialítica. Calcula-se que, do total aproximado de um milhão de pessoas mantidas em hemodiálise regular no mundo, mais da metade tem idade superior a 65 anos 7 . O impacto da IRC sobre a qualidade de vida decorre de vários fatores: convívio com doença irreversível (incurável), esquema terapêutico rigoroso que provoca modificações alimentares, de hábitos, das atividades sociais e de trabalho, utilização de vários medicamentos e dependência de uma máquina 8,9 . As dificuldades comuns que surgem com o avançar da idade como imobilidade, instabilidade, incontinência e dificuldade intelectual, somadas às conseqüências da terapia dialítica, tornam fundamental a pesquisa do efeito da idade sobre o nível de qualidade de vida que renais crônicos conseguem atingir sob tal tratamento. Portanto, o objetivo do estudo foi verificar de que forma o sexo e a idade de portadores de IRC submetidos à hemodiálise se correlacionam com o nível de qualidade de vida.