“…Ao contrário do descrito na literatura, que tem reportado a influência positiva do acesso ao treinamento e à qualificação do profissional de saúde no aumento dos registros de casos de maus-tratos às instituições responsáveis 15,20,21 e, consequentemente, na redução da ocorrência do evento nos meses subsequentes, nesse estudo não se constatou associação entre treinamento ou curso que abordasse o tema violência e identificação dos casos de Grande parte dos entrevistados declarou ter suspeitado de, pelo menos, um caso de violência, porém uma quantidade bastante reduzida denunciou os casos aos órgãos competentes. Essa conduta é distinta de outros profissionais da área de saúde, que, segundo alguns estudos, 14,22,23 tendem a notificar, com maior frequência, os casos de violência atendidos, mesmo diante da baixa ou nenhuma efetividade das medidas voltadas à solução do problema, que é expressa pela continuidade do ciclo de violência ou pelo abandono do tratamento da criança ou adolescentes, pelos pais ou responsáveis.…”