Estado da arte das residências integradas, multiprofissionais e em área profissional da Saúde

Abstract

Objetivamos nesta pesquisa analisar o estado da arte sobre residências integradas, multiprofissionais e em área profissional em Saúde, por meio de uma revisão bibliográfica integrativa, no período de 2006 a 2016, nas línguas portuguesa, inglesa e hispânica. Foram analisados 109 artigos oriundos do Brasil, Canadá, EUA, Espanha e África. Dentre os resultados, evidenciamos que a principal motivação para realizar a residência é a necessidade de especialização exigida pelo mercado de trabalho. As experiências de residência nos Estados Unidos e no Canadá são em área profissional, também têm um caráter complementar à graduação, e dão ênfase à formação para pesquisa e a docência. No Brasil as residências em Saúde representam projetos de educação pelo trabalho para superação de limitações da graduação. As multiprofissionais têm como finalidade formar profissionais qualificados para prática interprofissional colaborativa, em coerência com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Estratégias De Ensino-Aprendizagem Em Um Programa De Residência De Enfermagem Em Cardiologia

“…Os modelos de formação dos profissionais da saúde reportam ao início do século XXI, quando se iniciou a reorganização dos serviços de saúde, em que as principais atuações baseavam-se na promoção da saúde, prevenção e tratamento de agravos (SILVA et al, 2014;TORRES et al, 2019). A recuperação da dimensão cuidadora e a busca da integralidade na atenção à saúde eram desafios propostos para a organização do cuidado no interior dos hospitais.…”

“…Acompanhando este processo, os cursos da área da saúde buscaram aprimorar seus currículos a fim de garantir a formação de profissionais competentes para assistir a população, assim como buscar a melhor forma de gerenciar estes serviços. Assim, o enfermeiro, ao iniciar um programa de aprimoramento, traz expectativas em torno da sua qualificação e anseia por mudanças pessoais, além de contribuir para a instituição hospitalar (SILVA et al, 2014;TORRES et al, 2019).…”

“…No Brasil, a modalidade de ensino denominada Residência consolidou-se como especialização na área da saúde, com o intuito de promover mudanças na formação dos profissionais em relação ao modelo médico-assistencial. A intenção dessa modalidade era a de capacitar os profissionais a entenderem a multicausalidade dos processos saúde-doença, individuais e coletivos, além da capacitação para que melhor possam atuar em um mundo globalizado, que requer novas formas de trabalho e ações condizentes com as novas tecnologias e necessidades (SILVA et al, 2014;LIMA et al, 2015;TORRES et al, 2019).…”

“…A Residência, por definição, é uma modalidade de curso de pós-graduação latu sensu, caracterizada pelo treinamento em serviço sob supervisão de profissionais habilitados, pondo o profissional residente em contato permanente com o campo de prática, ao tempo em que cumpre a carga horária de aulas teóricas e preparos aos trabalhos solicitados. Tal modalidade de ensino avista uma formação crítico-reflexiva, pautada pelos princípios e diretrizes do SUS no que tange à qualificação de recursos humanos em saúde (SILVA et al, 2014;TORRES et al, 2019). No Brasil, em 1977, houve a criação da Residência Médica por meio de um decreto nacional, com o decorrer dos anos essa modalidade de pós-graduação passou a ser considerada o "padrão ouro" na especialização médica.…”

“…Enquanto que a proposta de uma Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) surgiu pela primeira vez em 1978, no Rio Grande do Sul, quando foi criado um programa que buscava formar profissionais com uma visão integrada de saúde e com perfil humanista e crítico. Porém, só a partir da década de 1990, sob orientação dos Fóruns Participativos da Saúde e na condição de importante estratégia de busca pela integralidade, é que começaram a surgir diferentes programas de RMS (SILVA et al, 2014;TORRES et al, 2019). A participação nas disciplinas é avaliada por professores envolvidos, os quais possuem autonomia para propor as formas ou instrumentos avaliativos que julgarem mais adequados às suas especificidades e peculiaridades do trabalho pedagógico.…”