O Estágio Supervisionado (ES) é tido, pelas instituições reguladoras da formação docente, como momento significativo de conexões teórico-práticas e de reflexões sobre a docência e suas implicações. Tal relação tutelada na universidade e na escola-campo assume centralidade na perspectiva dos formadores; mas, e do ponto de vista dos graduandos, como se dá a percepção deste momento? Partindo dessa problematização, a análise de três relatos de estágio de graduandos do Ifes/campus Venda Nova do Imigrante (de um corpus bem mais amplo) aponta para algumas assunções dos próprios enunciadores, além da adesão a posicionamentos de outrem, que ressoam vozes institucionais e de outras esferas. A pesquisa aqui apresentada - exploratória e documental, qualitativa e com traços etnográficos – mostra que a (con)vivência na escola básica pública, efetivamente, promove ressignificações de variadas naturezas pelos estagiários. É desafiante, tomando como premissas concepções da análise do discurso (Bakhtin, 2003; Orlandi, 2020; Pêcheux, 1988; 2011; Foucault, 2008, entre outros), dissociar os interdiscursos que permeiam as falas desses jovens em formação inicial. Embora não exaustivo, este estudo ilumina aspectos da complexa (re)construção identitária que se dá na formação teórico-prática desses futuros docentes.