Resumo Fundamento: A insuficiência cardíaca (IC) é responsável por alta carga de internações hospitalares. A sua forma de apresentação está relacionada ao prognóstico da doença. Objetivos: Descrever a associação entre o perfil hemodinâmico de admissão hospitalar na IC aguda, baseado em congestão (úmido ou seco) e perfusão (frio ou quente), e desfechos de mortalidade, tempo de internação e chance de reinternação. Métodos: Estudo de coorte, envolvendo pacientes do projeto "Boas Práticas Clínicas em Cardiologia", internados por IC aguda em hospitais públicos brasileiros, entre março de 2016 a dezembro de 2019, com seguimento de seis meses. Foram realizadas análises das características populacionais e do perfil hemodinâmico de admissão, além de análises de sobrevivência pelos modelos de Cox para associação entre o perfil de admissão e mortalidade, e regressão logística para chance de reinternação, considerando nível de significância estatística de 5%. Resultados: Foram avaliados 1978 pacientes, com idade média foi 60,2 (±14,8) anos e fração de ejeção média do ventrículo esquerdo de 39,8% (±17,3%). Houve altas taxas de mortalidade no seguimento de seis meses (22%), com associação entre os perfis hemodinâmicos frios e a mortalidade hospitalar (HR=1,72; IC95% 1,27-2,31; p < 0,001) e em 6 meses (HR= 1,61, IC 95% 1,29-2,02). A taxa de reinternação em 6 meses foi de 22%, sendo maior para os pacientes admitidos em perfis úmidos (OR 2,30; IC95% 1,45-3,65; p < 0,001). Conclusões: A IC aguda no Brasil apresenta altas taxas de mortalidade e reinternações e os perfis hemodinâmicos de admissão hospitalar são bons marcadores prognósticos dessa evolução.