Introdução: Mudanças estruturais no nível celular impactam mudanças funcionais no cérebro como resultado de conexões entre as múltiplas redes responsáveis pelas funções do Sistema Nervoso Central. O AVC modifica o padrão de conectividade funcional das regiões cerebrais, resultando em déficits intrínsecos ao papel agora desempenhado pelos neurônios perdidos. Objetivo: compreender, a partir da literatura, as implicações terapêuticas da Estimulação Magnética Transcraniana em pacientes vítimas de acidente vascular cerebral. Metodologia: trata-se de uma revisão narrativa da literatura. Resultados e discussão: A isquemia em regiões do córtex motor primário resulta em uma assimetria entre os hemisférios cerebrais, caracterizada por aumento do recrutamento e redução anormal da inibição cortical no córtex motor primário contralateral ao hemisfério lesionado. Essa assimetria na inibição inter-hemisférica produz disparidade no desempenho da reabilitação. Consequentemente, a recuperação é centralmente limitada. A estimulação do córtex motor primário contralesional e do cerebelo melhora a espasticidade muscular e a discinesia dos membros. A estimulação de repetição tem demonstrado importante utilidade no tratamento da afasia pós-AVC concomitante à terapia fonoaudiológica. Entre as alterações do estado mental, a depressão é a mais comum. Considerações finais: As condições secundárias ao déficit neuronal causado pelo acidente vascular cerebral afetam múltiplas dimensões da vida do paciente. É uma estratégia segura, não invasiva e que produz bons resultados. É um dispositivo promissor cuja relevância não deve ser ignorada ou negligenciada.