Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de estagiários do curso de Fisioterapia de uma universidade pública brasileira, durante a pandemia de COVID-19, a partir do telemonitoramento ou teleconsulta de mulheres submetidas ao tratamento oncológico mamário ou com incontinência urinária. Os atendimentos foram guiados por roteiro orientador construído pelos estagiários, sob supervisão docente. Foram realizadas vídeo-chamadas via Whatsapp ou Google meet, entre os meses de julho a outubro de 2020. Após cada encontro virtual, aplicou-se a Escala de Alcance de Metas (Goal Attainment Scaling) para verificar a satisfação da voluntária em relação ao atendimento. Para cada estagiário solicitou-se, ao final das ações, a produção de narrativa a fim de conhecer as percepções em relação às barreiras e potencialidades do atendimento remoto. Vinte mulheres com média de idade de 57 anos foram acompanhadas, e destas, 18 apresentaram queixas referentes ao tratamento oncológico (dor em ombro/membro superior; edema; aderência cicatricial e alteração de sensibilidade) e duas tiveram queixas relacionadas à perda urinária. A média de número de atendimentos no período para cada participante foi de 7,7; e o escore médio da Escala de Alcance de Metas foi de 1,63 (classificado como melhor que o esperado). A ausência de habilidade das mulheres para manuseio do aparelho celular foi percebida pelos estagiários como barreira para os atendimentos. Entretanto, eles também observaram que este modelo de cuidado tem potencial para, mesmo após a pandemia, continuar a ser realizado, principalmente com indivíduos com doenças crônicas.