A internacionalização vem promovendo mudanças nas políticas e nas finalidades da Educação Superior. Neste artigo, objetivamos construir a rede social das comunidades científicas empenhadas nos estudos sobre a internacionalização da Educação Superior, a partir da Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI (1998), e analisar as preocupações emergentes junto aos autores mais citados pela comunidade científica. Como estratégia metodológica, utilizamos, primeiramente, a análise bibliométrica visando a cartografia da produção científica no período de 1998 a 2020, perfazendo uma amostragem de 810 artigos. Na sequência, foram localizados e analisados, por meio da Análise de Conteúdo, os 10 artigos mais citados. Detectou-se que 50% da produção analisada localiza-se entre China, Brasil e Estados Unidos. Concluímos que a internacionalização pode ser considerada um agente da globalização, influenciada pelos organismos multilaterais e pelo norte global ocidental que dispõe de maior prestígio, capital cultural e de recursos na estratificação da Educação Superior. Destaca-se que o capitalismo acadêmico vem produzindo mudanças na governança e na diferenciação das instituições (universidades de classe mundial), as quais envolvem a mercantilização do ensino universitário, o recrutamento de estudantes estrangeiros, a competitividade por financiamento vinculado às pesquisas e a redução de investimentos públicos. No contexto linguístico da internacionalização, destaca-se a disseminação da língua inglesa como política linguística, como marcador de sucesso, de poder e de status social, bem como mecanismo de discriminação, de racismo e de exclusão cognitiva.