Introdução: No período pré-operatório a prevalência de ansiedade e depressão pode aumentar. Tais transtornos são considerados causas da dificuldade de recuperação do paciente após a cirurgia, do tempo de internamento prolongado, da necessidade aumentada de anestésicos e analgésicos, da menor adesão ao tratamento e do custo elevado ao sistema de saúde. Objetivo: Conhecer a prevalência de ansiedade e depressão em pacientes no pré-operatório de cirurgias eletivas no Hospital da Cruz Vermelha Paraná (HCV-PR) e verificar possíveis associações entre a presença destes transtornos com as variáveis sexo, idade, estado civil, religião, escolaridade, renda e tipo de atendimento hospitalar. Métodos: Estudo transversal descritivo com 200 pacientes internados no pré-operatório de cirurgias eletivas entre julho e outubro de 2013. Instrumentos de coleta de dados: escala hospitalar de ansiedade e depressão (HADS) e questionário de dados socioeconômicos e demográficos. Resultados: A prevalência de ansiedade (27,5%) foi superior à de depressão (13,5%). A ansiedade foi mais frequente entre os pacientes com as seguintes características: ensino médio incompleto (58,2%), renda inferior a 2 salários mínimos (56,4%), e usuários do SUS (63,3%), com p<0,05. A depressão foi mais frequente entre os pacientes com: idade ≥ 50 anos (81,5%), renda inferior a 2 salários mínimos (59,3%), usuários do SUS (70,4%), com p<0,05. Conclusão: A maioria dos pacientes com distúrbios apresentou baixa renda e foi atendida pelo SUS, características essas que os tornam mais vulneráveis. Por isso, é importante investir no cuidado pré-operatório, promovendo assistência e auxiliando o paciente na compreensão do processo, a fim de diminuir efeitos deletérios.