Marcadores isoenzimáticos foram usados para caracterizar a estrutura genética espacial de uma espécie arbórea tropical de alta densidade populacional, Tabebuia cassinoides (> 300 árvores por ha), em uma população natural e uma manejada da região do Vale do Ribeira, do Estado de São Paulo, Brasil. A hipótese de estrutura genética espacial foi avaliada para árvores adultas, usando dois diferentes métodos: estatísticas F e estimativas do coeficiente de coancestria entre pares de indivíduos por diferentes classes de distância. A divergência genética entre as populações foi baixa e não significativa (θ p ˆ = 0,015, P > 0,05), indicando que 98,5% da diversidade genética se encontra dentro das populações. A divergência genética entre subpopulações dentro de populações (θ sp ˆ ) foi significativa e acomodou de 2,9% a 8,6% da diversidade genética total. A divergência genética entre grupos dentro de subpopulações foi alta e estatisticamente diferente de zero para as populações natural (θ g ˆ = 0,122, P < 0,01) e manejada (θ g ˆ = 0,093, P < 0,05), sugerindo estrutura genética espacial dentro das populações. Numa das subpopulações manejadas, a da Fazenda Cindomel (CIN), foi detectado o mais alto e significativo coeficiente de coancestria entre árvores dentro de grupos (θ g ˆ = 0,217, P < 0,01), indicando que árvores próximas são parentes entre si entre os graus de meios-irmãos e irmãos-completos. O coeficiente de coancestria (θ xy ˆ ) estimado por classe de distância foi positivo e significativo entre a classe de distância de 90 m e 120 m na subpopulação JUN1, 105 m e 120 m na JUN3 e entre zero e 50 m e 120 m e 150 m na CIN, reforçando a hipótese de estrutura genética espacial.