Estudo comparativo controlado com emprego de benznidazole, nifurtimox e placebo, na forma crônica da doença de Chagas, em uma área de campo com transmissão interrompida. I. Avaliação preliminar

Abstract

São poucos os estudos controlados sobre a terapêutica específica da doença de Chagas crônica, particularmente em áreas de campo, onde o acompanhamento dos pacientes tornase mais difícil, por falta de condições laboratoriais e de profissionais capacitados para fazê-lo adequadamente.Alguns estudos sobre tolerância e eficácia do nifurtimox e do benznidazole em pacientes nas fases aguda e crônica da doença de Chagas foram realizados no Brasil e em outros países do nosso continente 6 7 12 13 15 16 17 20 21 28 29 30 31 32 , mostrando importantes efeitos colaterais com as duas drogas e indícios de cura parasitológica em torno de 60% nos casos agudos, porém pouco expressivos nos casos crônicos.O controle de cura, no entanto, naqueles estudos variou muito de um para outro, o que dificulta a sua comparação. A maioria deles baseia-se na avaliação seriada de duas ou mais reações sorológicas e em repetidos xenodiagnósticos. Cançado e cols 14 estabeleceram as "bases para a avaliação do tratamento específico da doença de Chagas humana segundo a parasitemia", indicando para tratamento pacientes com provas sorológicas p o s i t i v a s e c o m p e l o m e n o s 6 0 % d e xenodiagnósticos positivos em no mínimo seis realizados com 48 ninfas de T. infestans ou P. megistus, internação dos pacientes durante o tratamento, e seguimento ambulatorial com realização de xenodiagnósticos e reações sorológicas de 15 em 15 dias, durante pelo menos um ano, o que naturalmente é impossível de ser realizado em campo.Mais recentemente, novas perspectivas foram abertas para o controle de cura parasitológica da doença de Chagas, através da d o s a g e m d e a n t i c o r p o s l í t i

Chagas disease: criteria of cure and prognosis

“…In Brazil, Fragata Filho et al (1995) conducted a retrospective study that found that among 61% of subjects with negative xenodiagnosis, only 7% of treated patients (both cured and uncured) experienced worsened clinical states opposed to 14.3% of the placebo group, after seven years of follow-up. In 1997, Coura et al (1997). Treated 26 chronic chagasic patients who had at least two positive results out of three xenodiagnosis tests and verified that after one year, only 1.8% continued to have positive xenodiagnosis even though serologic tests remained positive.…”

Progressive chronic Chagas heart disease ten years after treatment with anti-Trypanosoma cruzi nitroderivatives.

“…[5][6][7] Nevertheless, nitroderivative compounds with anti-trypanosomal activity have been used to treat T. cruzi infections in humans. [8][9][10][11][12][13][14] Benznidazole (N-benzyl-2-nitro-imidazoleacetamide) and nifurtimox (4-[5-nitro-3-methyl-furphurylideneamino]-tetrahydro-4-H-1, 4-thiazine-1-1-dioxide) curtail parasitemias and are indicated for treating acute Chagas disease. [9][10][11] However, these drugs cannot be administered without the supervision of a physician because they provoke undesirable side effects.…”

“…[9][10][11] However, these drugs cannot be administered without the supervision of a physician because they provoke undesirable side effects. 12,[15][16][17] In addition, their efficacy for treating chronic Chagas disease has yet to be determined.…”

Clinical and laboratory status of patients with chronic Chagas disease living in a vector-controlled area in Minas Gerais, Brazil, before and nine years after aetiological treatment

“…In addition to the lower efficacy of chemotherapy applied to chronic infection, the belief that autoimmune events play an important underlying role in Chagas pathogenesis, even after the post-therapeutic parasite clearance (Coura et al 1997), has led several investigators to conclude that it is not worth treating chronic Chagas disease patients (CD). However, a few follow-up studies on treated CD have pointed out that, in fact, despite the autoimmune mechanisms triggered by T. cruzi infection, most tissue damage is indeed dependent on the presence of the parasite (Viotti et al 1994).…”