Objetivo: Examinar o impacto da governança corporativa no desempenho financeiro das empresas brasileiras com ações negociadas pela Brasil Bolsa Balcão (B3) entre os anos de 2010 e 2020.
Método: Utilizando-se dados anuais de uma amostra de 118 empresas não financeiras, estimou-se regressões com dados em painel e abordagem de variáveis instrumentais, empregando como métrica da qualidade da governança corporativa, dois índices que consideraram os mecanismos apontados pela literatura como eficientes na redução dos problemas de agência, bem como a listagem das empresas nos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa da B3. Como medidas de desempenho financeiro, foi empregado o Retorno sobre o Patrimônio (ROE), o Retorno sobre Ativos (ROA) e o Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (LAJIDA).
Originalidade/Relevância: Os índices da qualidade da governança sugeridos, principalmente o IGOV8, que apresentou significância estatística em todos os modelos estimados, tem obtenção mais simples do que os índices de governança sugeridos anteriormente na literatura, uma vez que carece de menos variáveis (inputs).
Resultados: Os resultados indicaram que, no Brasil, as empresas com melhor qualidade de governança corporativa tendem a apresentar desempenho financeiro estatisticamente superior às empresas com qualidade inferior.
Contribuições Teóricas/Metodológicas: Além de contribuir com a academia ao fornecer insights sobre a importância da governança corporativa no desempenho financeiro das empresas brasileiras, este trabalho pode auxiliar administradores e investidores. Os índices de governança corporativa propostos, em especial o IGOV8, podem tornar mais fácil para as empresas avaliarem sua própria governança e assim, identificar áreas para melhorias. Ademais, os investidores podem usar essas ferramentas para avaliar as empresas em que estão investindo ou pretendem investir.