Estudo das sequelas neuroanatômicas associadas à Síndrome Pós-COVID-19

Abstract

Objetivo: Abordar a fisiopatologia da infecção pelos SARS-CoV-2 e descrever as repercussões neuroanatômicas desencadeadas pela Síndrome Pós-COVID. Revisão bibliográfica: A COVID-19 é uma afecção respiratória viral aguda. O SARS-CoV-2 é um ꞵ-coronavírus com material genético do tipo RNA com a superfície incrustada de proteínas spike (S) que possibilitam a entrada do patógeno na célula. As manifestações clínicas estão relacionadas à resposta imune do hospedeiro e se caracterizam por acometimentos em diversos órgãos e sistemas. As repercussões neurológicas podem ser não específicas, moderadas e severas. Denomina-se como Síndrome pós-COVID 19 o conjunto de manifestações clínicas que persiste por mais de duas ou três semanas após o início da sintomatologia. Dentre os acometimentos associados, as sequelas neuroanatômicas destacam-se como injúrias capazes de ocasionar morbimortalidade significativa. Por tratar-se de quadro incipiente, não há ainda tratamento padrão instituído para manejo destas sequelas. Considerações finais: A Síndrome Pós-COVID 19 está associada a sequelas importantes, inclusive no Sistema Nervoso Central. Foram descritas diferentes manifestações neurológicas como encefalopatia, acidente vascular cerebral, anosmia, ageusia, tontura, cefaleia, Síndrome de Guillain-Barré, dentre outras. Faz-se necessária a condução de mais estudos para que o manejo destes pacientes seja suportado pelas melhores evidências a fim de minimizar as morbidades a longo prazo.

COVID-19: Imunopatologia e danos teciduais

“…Com a infecção dos neurônios e células gliais, ocorre liberação de citocinas e quimiocinas que lesam oligodendrócitos e leucócitos, causando um ciclo vicioso de neuroinflamação, que leva aos sintomas que podem, inclusive, preceder sintomas respiratórios (Harapan & Yoo, 2021) Uma consequência da invasão ao SNC é a desmielinização, que ocorre tanto durante a infecção aguda quanto durante a recuperação, resultando em neuropatia axonal desmielinizante (Carmo, 2021). Outrossim, quando ocorre infecção das células do bulbo alocado no tronco encefálico, pode haver comprometimento dos centros cardiovascular e respiratório (Bragatto, et al, 2021).…”

“…Pacientes recuperados da forma grave da doença podem apresentar fadiga, anosmia, "nevoeiro cerebral", dormência/formigamento, dispneia, comprometimento da atenção e memória e mialgias por semanas a meses após a infecção aguda (Elkind, et al, 2022). Estes sintomas, também associado a confusão mental, que persistem por muito tempo após a cura da primoinfecção, se denomina Síndrome Pós-Covid (Bragatto, et al, 2021). Por fim, complicações neuropsiquiátricas relacionadas à doença se mostraram muito comuns, como ansiedade, depressão, transtorno de estresse traumático, transtorno obsessivocompulsivo e insônia, as quais impactam diretamente na qualidade de vida dos pacientes (Mazza, et al, 2020).…”

Manifestações neurológicas pós-COVID 19

“…Essa patologia que causa hipóxia grave basicamente usa como porta de entrada para o organismo humano a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) que está presente na mucosa nasal, trato respiratório, rins, tecido nervoso e corrente sanguínea 7 . Devido à alta quantidade de ECA2 na mucosa nasal, neurônios e células da glia, o vírus tem facilidade em infectar o nervo olfatório e placa cribriforme chegando até o bulbo olfatório atingindo diretamente o Sistema Nervoso Central (SNC) 8,9 . A invasão do COVID-19 na barreira hematoencefálica se dá pela infecção dos vasos sanguíneos, acometendo as células nervosas ou pela infecção de leucócitos (ambos com receptores de ECA2) que podem atravessar a barreira hematoencefálica atingindo o SNC.…”

“…9,26,30 , entre outras manifestações neurológicas.Acredita-se que o conhecimento sobre as manifestações neurológicas advindas do COVID-19 contribui para o cuidado de sujeitos com prejuízos neuromotores. Nesse sentido, em meio ao cenário de pandemia é totalmente compreensível a busca por evidências sobre a fisiopatologia do vírus em sua 1 ; Nunes 2020 3 ; Silva 20204 ; Nuzzo 2021 6 ; Silva 2021 7 ; Souza 2021 8 ; Bragatto 2021 9 ; Carmona 2021 10 ; Zhan 2021 11 ; Moretti 2021 12 ; Camargo-Matínez ; Wan 2021 15 ; Song 2021 17 ; Almqvist 2020 18 ; Correia 2020 19 ; Nascimento 2020 20 ; Doyle 2021 21 ; Fotuhi 2020 22 ; Maury 2020 23 ; Paybast 2020 25 ; Accorsi 2020 27 ; Wu 2020 28 ; Ahmad 2020 29 ; Nordvig 2021 30 ; Yachou 2020 31 ; Nunes 2020 32 ; Cárdenas 2022 33 ; Nersesjan 2020 34 ; Gomes 2020 35 ; Ortelli 2022 36 ; Mao 2020 37 ; Silva 2020 38 ; Meppiel 2020 3 ; Carmona 2021 10 ; Mcquaid 2021 14 ; Wan 2021 15 ; Salari 2021 16 ; Correia 2020 19 ; Nascimento 2020 20 ; Ahmad 2020 29 ; Nunes 2020 32 ; Cárdenas 2022 33 ; Nersesjan 2020 34 ; Gomes 2020 35 ; Mao 2020 37 ; Meppiel 2020 39 ; Maiese 2021 1 ; Nunes 2020 3 ; Silva 2020 4 ; Mohammadi 2020 5 ; Nuzzo 2021 6 ; Silva 2021 7 ; Souza 2021 8 ; Bragatto 2021 9 ; Carmona 2021 10 ; Zhan 2021 11 ; Camargo-Matínez ; OMS (Organização Mundial de Saúde) e China, SARS-CoV foi identificada, com cerca de 8.000 casos e quase 800 mortes e após medidas de proteção a infecção e intervenções médicas não foram identificadas novas infecções 22,43 .…”

Neurologia: Investigação clínica e o estudo dos mecanismos das doenças

“…de Lima et al, 2014, apresenta correlação positiva entre desempenho e resultados de associação de função executiva, concluindo então que esses pacientes com epilepsia idiopática bem controlada podem apresentar déficit de função ex cutiva não relacionada a aspectos clínicos.Os estudos de HAFELE (2021) e Zhang et al(2022) demonstraram que por meio da intervenção O Efeito do treinamento físico combinado na função cognitiva em pessoas com epilepsia, os resultados de um estudo controlado randomizado, algumas das queixas cognitivas mais relatadas em adultos com epilepsia são memória, função executiva, linguagem e déficits de atenção, este estudo foi um controle randomizado de 12 semanas de treinamento físico combinado, onde forneceu a evidências de que o exercício físico melhora a função executiva em adultos, também melhorias nas tarefas e atenção e linguagem. O exercício físico deve ser incentivado para pessoas com epilepsia para reduzir a carga sobre a função cognitiva associada a esta doença.…”