A queima de qualquer material orgânico pode gerar compostos químicos denominados HPA’s, que tem potencial carcinogênico e mutagênico. Esse fato é especialmente importante nos processos de secagem de produtos agrícolas que são empregados direta ou indiretamente na alimentação humana ou animal. Com objetivo de verificar o potencial risco de contaminação por HPA’s, e de novos equipamentos vinculados a operação de secagem de produtos agrícolas, o estudo avaliou um sistema moderno de queima de lenha de eucalipto, na forma de cavacos, na secagem artificial de grãos de milho. Para o desenvolvimento do trabalho foram coletas amostras de milho em diferentes dias e umidade de colheita, assim como dados operacionais de secagem, como temperatura, umidade relativa e consumo energético. Com os dados operacionais de secagem, o sistema foi avaliado tecnicamente. Amostras do produto, antes e pós secagem, foram encaminhadas para um laboratório especializado para verificar a presença ou ausência de HPA's. Após as análises verificou-se que tanto a umidade do ar quanto a umidade dos grãos não interferiram na produção de hidrocarbonetos. Entretanto, encontrou-se contaminantes em grãos vindos da lavoura, mas, que não foram potencializados pelo processo de secagem, ficando seus índices abaixo dos limites preconizados internacionalmente. As vantagens quanto ao processo de secagem em cavacos são, automação e consequente diminuição de mão de obra, estabilidade e controle de temperatura, modulação da vazão de ar, economia de combustível e eliminação dos riscos de incêndio. As desvantagens estão no alto custo inicial do sistema, controle dimensional e necessidade de armazenamento coberto dos cavacos.