Estudo do comportamento de mangiferina durante o processo de vermicompostagem

Abstract

Nas últimas décadas a preocupação com o destino dos resíduos orgânicos gerados pelo meio urbano aumenta constantemente. Técnicas alternativas à disposição destes materiais em aterros, atual método de gestão, têm sido o foco de muitas pesquisas. A vermicompostagem tem se demonstrado uma técnica viável para o processamento e o aproveitamento destes resíduos, sobretudo os de alimentos crus, como frutas, legumes e vegetais. Estes resíduos podem possuir metabólitos secundários de interesse comercial. A partir do processo de compostagem estes materiais são transformados em húmus e biochorume, materiais ricos em nutrientes e amplamente utilizados como biofertilizante. A existência de substâncias, como a mangiferina, nestes resíduos indica o potencial do húmus e do biochorume apresentar também outras atividades, como a de biopesticida. Neste estudo o processo de vermicompostagem foi realizado com resíduo enriquecido com manga, alimento rico em mangiferina, e a presença deste metabólito secundário no húmus e no biochorume foi monitorada durante o processo de vermicompostagem. As análises foram feitas utilizando a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS). O estudo revelou que o material orgânico a ser compostado quando enriquecido com resíduos de manga apresentam mangiferina. Durante o processo de vermicompostagem essa substância segue diversas rotas, sendo detectada no biochorume (0,021-0,069 mgL -1 ) e no húmus (0,002 mgKg -1 ). O potencial bioinseticida do húmus obtido não foi realizado neste trabalho, mas em comparação com composteira controle foi constatado uma menor incidência de mosca Drosophila melanogaster dentro das caixas digestoras e de menos larvas de insetos nas caixas coletoras de biochorume. Novos estudos podem ser realizados para avaliar o potencial bioinseticida destes produtos.