OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar e o estado nutricional de 174 crianças, entre 12 e 35 meses de idade, atendidas na rede pública de saúde de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. MÉTODOS: O consumo alimentar foi investigado por meio de dois inquéritos dietéticos (recordatório 24 horas e questionário de freqüência de consumo alimentar). O estado nutricional foi avaliado pelos índices antropométricos peso/idade, peso/estatura e estatura/idade, e associado ao consumo alimentar. Utilizou-se o Teste "t" Student para comparar médias, Teste chi2 para verificar associação entre variáveis e Odds Ratio para avaliar fatores de risco envolvidos na ocorrência de déficits nutricionais (p<0,05). RESULTADOS: A quantidade média de energia consumida excedeu a recomendação para ambos os sexos (p<0,0001). A ingestão habitual de energia e nutrientes foi estatisticamente significante e maior entre os meninos (p<0,0001), exceto para vitamina C. Prevalências de inadequação foram observadas para as vitaminas C e A (96,6% e 36,8%) e os minerais ferro e zinco (13,2% e 99,4%). Com relação ao estado nutricional, as prevalências de desnutrição encontradas foram 13,2% para o índice peso/idade, 13,8% para peso/estatura e 4,0% para estatura/idade. Encontrou-se associação positiva entre déficit nutricional e consumo alimentar inadequado. CONCLUSÃO: Estes resultados demonstram que o consumo alimentar inadequado tem contribuído para os déficits nutricionais do grupo pré-escolar. Recomenda-se a realização continuada de estudos de consumo alimentar nessa população, para conhecer sua prática alimentar.