Foi atendido na Clínica Escola de Medicina Veterinária da Unicentro um garanhão Mangalarga Marchador de 4 anos de idade, com queixa de lesão em pênis. O proprietário relatou que o animal havia ferido o pênis em cerca de arame liso havia duas semanas. O paciente foi medicado na propriedade com benzilpenicilina associada à estreptomicina, além de terapia anti-inflamatória à base de dexametasona, durante três dias consecutivos, sem melhora clínica. Ao exame físico, observou-se dor intensa e edema em prepúcio que dificultava a exposição do pênis. Foi necessária a administração de acepromazina para a avaliação do órgão. A laceração se estendia da porção dorsal até a ventral do terço médio do corpo do pênis, sem comprometimento do prepúcio, sendo recoberta por áreas de necrose e apresentando odor fétido e sangramento. Não foram detectadas demais alterações clínicas. Foi realizado hemograma, não sendo observadas alterações nos parâmetros hematológicos. O animal permaneceu internado e o tratamento preconizado foi administração de flunixin meglumine (1,1 mg/kg, IV a cada 24 horas) e omeprazol (2 mg/kg, VO a cada 24 horas) durante cinco dias consecutivos, associados a curativo local, o qual era precedido por ducha fria em prepúcio, seguida de massagem com dimetil sulfóxido (DMSO) gel; ao redor da lesão era aplicado spray repelente. O pênis foi exposto para a limpeza da ferida com gaze embebida em solução de NaCl 0,9%, seguida pela aplicação de pomada à base de clorexidina (0,7 g/100 mL), procedimento este realizado a cada 12 horas, durante 45 dias. No segundo dia de tratamento foi possível observar a diminuição do edema e após cinco dias o animal já expunha o pênis para urinar, com completa cicatrização ao final do tratamento, após 45 dias, quando recebeu alta hospitalar. Na estação de monta seguinte, o animal retornou às atividades reprodutivas sem apresentar alterações anatomofisiológicas.