A biodiversidade desempenha papel preponderante no contexto ambiental em razão dos atributos e serviços prestados aos seres humanos e à preservação da vida. Indicadores de sustentabilidade relacionados com este aspecto são ferramentas essenciais na gestão ambiental corporativa e demonstram o comprometimento e a transparência das empresas com as partes interessadas, além de trazerem benefícios econômicos. Quanto às atividades econômicas imprescindíveis à qualidade de vida e ao desenvolvimento do país, o setor elétrico é responsável por impactos significativos na biodiversidade. Este trabalho propõe uma metodologia adaptada de verificação do nível de atendimento de indicadores de biodiversidade quanto às diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) G3 (2006), declarados por empresas do grupo Eletrobrás atuantes na construção e operação de usinas hidrelétricas e linhas de transmissão. O Grau de Aderência Plena (GAPI (B)) e o Grau de Evidenciação Efetiva (GEE (B)) dos indicadores de biodiversidade foram calculados, baseados nos trabalhos de Dias (2006) e Carvalho (2007) para o período 2006-2011. Os resultados dos índices mostraram grande discrepância relativa, indicando que não há padronização na elaboração de indicadores de biodiversidade nem obrigatoriedade em sua divulgação pelas empresas. Observou-se que as empresas não costumam justificar as omissões dos indicadores, o que elevaria o desempenho qualitativo de seus relatórios de sustentabilidade. A metodologia produziu resultados mais consistentes que os estudos anteriores, superando as limitações de uma análise superficial dos indicadores. A análise da evolução temporal da qualidade da elaboração dos indicadores de biodiversidade propostos pela GRI G3, tomando-se por base os respectivos itens de compilação, mostrou a importância da observação continuada dessa ferramenta de gestão ambiental.