“…Na visão político-filosófica do Comum, a criação de novas instituições autônomas e protegidas por um novo ordenamento jurídico pressuporia um resgate seletivo de modelos de organização social pré-capitalista pautados pelos lemas do "viver junto" e do "agir comum". Mas nas sociedades industriais contemporâneas esses ou Mãe-Terra (Patchamama), numa perspectiva alinhada à renúncia ao antropocentrismo e à defesa do ecocentrismo e de uma postura ecocêntrica ou sociobiocêntrica; busca da transcendência e de um sentido para a existência que vai além do materialismo, recusando o consumismo, o utilitarismo e o individualismo; defesa de estilos de vida que se baseiam na ética da suficiência e nos valores de uso e troca, em alternativa ao de acumulação, se contrapondo ao desenvolvimento capitalista e se alinhando com as perspectivas do decrescimento, cooperativismo, economia da dádiva e economia solidária, priorizando viver o momento presente e relativizando a importância do trabalho; defesa da autodeterminação e autogestão dos povos, da decolonialidade e da territorialidade; defesa de uma visão holística do ser humano e alinhada com o pensamento complexo, que entende as relações intrínsecas entre as várias áreas da vida e da transdisciplinaridade, da interculturalidade crítica, do diálogo de saberes, da horizontalidade epistêmica e da racionalidade poética, em contraposição ao cientificismo e à racionalidade instrumental(ACOSTA, 2016;ESCOBAR, 2018;KRENAK, 2020;HESS, 2013; ALCANTARA e VIEIRA, 2022).…”