Etnoconhecimento de pescadores artesanais na comunidade Bebedouro, Santo Amaro, Brasil

Abstract

O presente trabalho objetivou analisar o conhecimento etnoictiológico dos pescadores da comunidade de Bebedouro, pertencente ao município de Santo Amaro, Maranhão. Através de questionários semiestruturados foi possível observar que os pescadores desenvolvem apenas a pesca artesanal como fonte de economia. Tanto os homens e as mulheres exercem a profissão, sendo que essa atividade começa desde a infância. Na análise dos questionários constataram 14 espécies de peixes. Para a maioria dos pescadores, todos os peixes são diferenciados entre peixes adultos e filhotes pelo seu tamanho. Em relação a distribuição espacial das etnoespécies, os pescadores diferenciam os ambientes de acordo com os locais onde estes são capturados e as formas utilizadas para captura, expressando com isso a posição que os peixes ocupam na coluna d'água. Os pescadores associam a época de reprodução com o comportamento de desova. Os pescadores de Bebedouro desconhecem o período defeso, afirmam não receber o seguro defeso, dessa forma, não existe um período em que não há pesca. A comunidade de Bebedouro possui um potencial em biodiversidade e a pesca é essencial para a comunidade, podemos caracterizar o etnoconhecimento como uma importante ferramenta, considerando a falta de estudo e assistência para o efetivo desenvolvimento de suas atividades, restando apenas os conhecimentos adquiridos através das gerações e que os auxiliam na pesca e conservação dos recursos explorados.

Fisher Ethnotaxonomy for Elasmobranchs Captured Along the Brazilian Amazon Coast

“…The growing need to include traditional communities and natural resources users in biodiversity management and conservation has shown traditional ecological knowledge to be a promising tool (Barbosa-Filho et al 2021;Ferreira-Araujo et al 2021;Giareta et al 2021;Rodrigues et al 2021;Silva et al 2021). For example, ethnotaxonomy can be applied to improve and adapt management plans, as the use of inclusive language increases the chances of traditional communities understanding what is being proposed and for which species.…”