Este artigo teve como objetivo discutir como a Pesquisa Participativa Baseada na Comunidade vem sendo incorporada nas pesquisas brasileiras na área da saúde, quais os temas mais frequentes e quais suas intencionalidades teórico-metodológicas. Trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dados LILACS e SciELO, incluindo a produção científica publicada no Brasil, entre 2018 e 2021. Os 15 artigos selecionados, com diferentes abordagens metodológicas, apresentam diversidades de temas (segurança alimentar e nutricional, bullying, arte-educação, saúde da criança, trabalho com reciclagem e em saúde, pandemia, desastres e emergências em saúde) e participantes (profissionais e gestores da saúde, estudantes, comunidade). Os estudos anunciam as diversas vertentes das pesquisas participativas (pesquisa-ação, pesquisa-intervenção, pesquisa-participante) e estratégias de acompanhamento, como os comitês de pesquisa, que podem fortalecer a inclusão dos participantes processualmente em todas as etapas da pesquisa. O uso de múltiplas ferramentas metodológicas (oficinas, grupo focal, entrevistas) e a triangulação de dados também são anunciados como estratégias para fortalecer a participação de profissionais e comunidade em um processo de pesquisar “com”. A denominação de pesquisas participativas, suas origens e pressupostos não se efetiva de forma uniforme. Independentemente das denominações e escolhas metodológicas, a revisão aponta que a Pesquisa Participativa Baseada na Comunidade, nas pesquisas brasileiras na área da saúde, aparece em estudos de diversos temas, que têm em comum a intenção de romper com a dicotomia pesquisador-pesquisado, sujeito-objeto e investir em uma “política de participação”, sensível às realidades e demandas sociais, com vistas à transformação social.