A fim de restaurar um ecossistema aquático eutrofizado, é essencial eliminar as fontes externas de nutrientes. Além disso, o compartimento sedimento pode estocar grandes quantidades de nutrientes, os quais podem ser liberados para a coluna d’água e manter o ecossistema eutrofizado por muito tempo, mesmo após a eliminação das fontes externas de nutrientes. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar, em mesocosmos, a influência do sedimento em autofertilizar um ambiente aquático com fósforo e sua consequência no retardamento da recuperação deste ambiente caso fosse empregada uma técnica de fitorremediação com Eichhornia crassipes. O estudo foi conduzido em mesocosmos de fundo fechado utilizando água, macrófitas e sedimento de reservatório hipereutrófico (Lago das Garças, São Paulo, SP). Foram avaliados dois tipos de sistemas: com e sem sedimento. O estudo foi realizado em triplicata, totalizando seis mesocosmos de 500 L cada. Foram realizadas 8 campanhas de monitoramento entre fev. e jun./2017. Foram determinados os seguintes parâmetros de qualidade da água: pH, condutividade elétrica, turbidez, cor aparente e fósforo total. Foi realizado o manejo das plantas a fim de manter apenas a metade da superfície livre colonizada e permitir a reprodução e o crescimento das plantas. Apesar de ambos os sistemas terem apresentado tendência de diminuição dos teores de fósforo total na água, notou-se que o sistema com sedimento apresentou maior reprodução dos indivíduos de E. crassipes, sugerindo a influência do sedimento na autofertilização do sistema. Assim, é importante considerar o sedimento na restauração de ambientes eutrofizados.