ResumoPitiose cutânea equina (PCE) é uma enfermidade descrita em todo território brasileiro, no entanto, são escassas as informações quanto ao tratamento e procedimento cirúrgico em éguas gestantes. Descreve-se um caso de PCE em uma égua com nove meses de gestação com histórico de trauma no membro pélvico esquerdo que evoluiu para lesão ulcerativa granulomatosa com presença de "kunkers". Foi realizada excisão cirúrgica, seguida da cauterização e perfusão regional intravenosa (PRI) com 50 mg de anfotericina B (10 ml) diluído em solução dimetilsulfóxido (DMSO) 10% (6 ml DMSO em 44 ml de Ringer com Lactato). Após 14 dias da intervenção cirúrgica, nova PRI foi realizada. O diagnóstico de PCE foi confirmado através da avaliação histopatológica e imuno-histoquímica. A égua pariu um potro saudável após dois meses da intervenção cirúrgica e recebeu alta após a completa epitelização da ferida.Palavras-chave: Pythium insidiosum, equino, gestação, perfusão regional intravenosa.
AbstractEquine cutaneous pythiosis (ECP) is a disease described throughout the Brazilian territory, however there is little information regarding the medical treatment and surgery in pregnant mares. We describe a case of ECP in a mare with nine months of gestation with a history of trauma to the left pelvic limb that evolved into ulcerative granulomatous lesion with presence of "kunkers". Surgical excision was performed, followed by cauterization and intravenous regional perfusion (IRP) with 50 mg amphotericin B (10 mL) solution diluted in 10% dimethyl sulfoxide (DMSO) (6 mL DMSO in 44 ml of Ringer's lactate). 14 days after the surgery, a new IRP was performed. The diagnosis of ECP was confirmed by histopathological and immunohistochemical evaluation. The mare gave birth to a healthy foal two months after the surgery and was discharged after complete epithelization of the wound.Keywords: Pythium insidiosum, equine, pregnancy, intravenous regional perfusion.
IntroduçãoPitiose cutânea equina é uma doença infecciosa piogranulomatosa causada pelo oomiceto aquático Pythium insidiosum. Para a contaminação é necessário o acúmulo de água em banhados e lagoas, presença de vegetação aquática além de temperaturas entre 30 e 40ºC, onde o agente realiza seu ciclo reprodutivo formando zoósporos infectantes, que sofrem quimiotaxia para tecidos danificados (Mendoza et al., 1996). O pantanal brasileiro é a área com maior incidência de pitiose equina por causa da combinação de três fatores: clima quente, áreas alagadas e concentração de animais (Dos Santos et al., 2014).Os sinais clínicos da pitiose cutânea são caracterizados por lesões ulcerativas piogranulomatosas, formando grandes massas teciduais ulceradas com bordos irregulares que drenam secreção serossanguinolenta, associadas a tratos fistulosos preenchidos por material branco-amarelado irregular e firme denominado "kunkers". O diagnóstico pode ser baseado na caracterização clínica das lesões cutâneas associado ao resultado histopatológico; entretanto, é necessária a sua confirmação através de exames complemen...