INTRODUÇÃO: O aumento da temperatura testicular é extremamente prejudicial à saúde reprodutiva do garanhão, tal quadro proporciona o aumento do metabolismo basal das células e consequentemente o aumento da demanda por oxigênio. Entretanto o aporte sanguíneo testicular tende a permanecer o mesmo, não suprindo esta nova demanda e instalando um processo de hipóxia tecidual que evolui para a degeneração testicular (Alvarenga e Papa, 2009;Neto et al., 2013). A termografia trata-se de um método não invasivo e mais seguro à saúde do animal e do veterinário para aferição da temperatura testicular, se comparado a sensores subcutâneos que podem levar a inflamação e infecções da bolsa testicular, além da sua aplicação oferecer risco ao veterinário (Alvarenga e Papa, 2009;Neto et al., 2013;De Ruediger et al., 2016). Objetivou-se utilizar a termografia superficial para avaliar a capacidade termorregulatória dos testículos, a temperatura corporal do animal e a influência da estação do ano sobre esses fatores, e avaliar a eficácia do uso da termografia como método de predição da qualidade espermática. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizados 8 garanhões da raça Mangalarga Marchador, de 4 a 10 anos, no Distrito Federal, com peso médio de 390 kg. Sua alimentação consistia de capim picado, ração e sal mineral. Permaneciam em baias, porém tinham acesso a piquete ao menos 4 horas por dia, com água e sombra ad libidum. Cada animal era avaliado a cada 15 dias, sendo realizado então exame físico, termográfico e seminal a cada avaliação pelo período de 1 ano. O exame físico tinha por finalidade confirmar a higidez do animal, além de aferir a temperatura retal (TR) como parâmetro comparativo para as temperaturas do termógrafo. Para a avaliação termográfica os animais eram levados a um ambiente controlado com sombra por 15 minutos para aclimatação e as imagens eram coletadas à uma distancia de 1 metro por meio de termógrafo digital infravermelho. Desta forma obtevese 2 parâmetros: a temperatura superficial escrotal (TSE) obtida por uma média de sete pontos em cada testículo; e a temperatura superficial corporal (TSC) obtida pela média da temperatura do lado esquerdo do pescoço. Por fim o sêmen era coletado com vagina e manequim artificiais, sendo avaliado: volume, concentração e cinética espermática. Para análise dos dados, utilizouse estatística descritiva pelo teste de normalidade D' Agostino-Pearson omnibus, seguido do teste Mann Whitney para comparação entre dois grupos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os parâmetros avaliados, tanto de temperatura: TR, TSC e TSE; quanto indicadores de qualidade espermática: motilidade total, motilidade progressiva, concentração e volume; não sofreram alteração entre as estações, mostrando ausência de sazonalidade do garanhão. Houve uma diferença média de 4º entre TSE e TR (p0,05), como relatado por Lloyd-Jones et al. (2015).