IntroduçãoO oxigênio é um dos elementos químicos mais abundante na face da terra, ocupando cerca de 20% da atmosfera. Descoberto há cerca de 200 anos atrás, constitui a substância mágica que tem fascinado o homem por todos os tempos, sem a qual a vida na terra seria impossível. A importância do oxigênio para a vida despertou no homem o interesse em desenvolver métodos capazes de quantificá-lo. Historicamente, as primeiras medidas relacionadas à quantificação do oxigênio em tecidos e órgãos de animais procuraram determinar o seu consumo, por unidade de peso e tempo, em diferentes condições fisiológicas.O estudo do comportamento bioquímico e fisiológico de organismos antárticos compõe aspectos muito significativos, por estar vinculado principalmente aos mecanismos biológicos de adaptação a temperaturas extremas. Nesse particular, os peixes antárticos, vivendo a temperaturas abaixo de 0 C, fornecem material biológico de extremo interesse para estudos dessa natureza.Com base nessas considerações, propôs-se a criação de metodologia própria para o estudo de diferentes aspectos do comportamento biológico desses animais. Nesse particular, foram projetados e desenvolvidos métodos especiais destinados, principalmente, ao estudo dos processos respiratórios, bem como para analisar os mecanismos oxidativos da respiração em mitocôndria isolada de órgãos e tecidos desses animais.O trabalho de VOSS et al. (1963), em que descrevem um novo modelo de eletrodo de oxigênio, destinado ao estudo da respiração celular e mitocondrial, foi a referência básica para o início dos nossos trabalhos.
Materiais e MétodosBuscando reproduzir a metodologia descrita por VOSS et al. (1963), projetamos um sistema com algumas modificações fundamentais, descritas por LUCCHIARI (1978), LUCCHIARI e HOSHINO (1980), MALUCELLI et al. (1995a e 1985b) e SUGIZAKI et al. (1997, onde a câmara de reação foi construída em acrílico, com tampa removível e parafusada ao corpo da câmara (Fig. 1 O eletrodo polarográfico, construído segundo MICKEL et al. (1983), é introduzido na câmara através de um orifício na parte central da tampa, e foi montado numa única peça, incluindo no seu interior um sensor de temperatura (Fig. 2).O circuito eletrônico (Fig. 3) para a medida da corrente polarográfica foi o mesmo utilizado por LUCCHIARI et al. (1984). O ganho do amplificador foi ajustado para 10 em P3 e o zero em P4 com a entrada do amplificador em aberto. A saída do A723 fornece uma tensão estabilizada de 2V e o potenciômetro P1 permite o ajuste da tensão de polarização ao valor desejado.O circuito eletrônico (Fig.4) do termômetro digital foi o mesmo usado por MALUCELLI et al. (1995a), MALUCELLI et al. (1995b) e SUGIZAKI et al. (1997. O circuito integrado LM334 fornece uma corrente constante que passa pelo diodo 1N914, escolhido como sensor de temperatura pela sua resposta linear da diferença de potencial em função da temperatura, na faixa de 0 a 40 C.O consumo de oxigênio e a temperatura no interior da câmara de reação são registrados num registrador potenciométrico de dois...