Palavras-chave: Doenças Negligenciadas, Epidemiologia, Doença de Chagas.
INTRODUÇÃOA Doença de Chagas (DC), também conhecida como tripanossomíase é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das doenças negligenciadas, pois apesar de atingir de 8 milhões de pessoas por ano, é uma patologia tratável, com caráter endêmico em populações de baixa renda, porém, não tem investimento de saúde e social expressivos (FERREIRA AM, et al., 2018).A transmissibilidade ocorre pela eliminação do protozoário Tripanosoma cruzi nas fezes e urina do "barbeiro", um inseto triatomíneo. Quando atinge a circulação sanguínea, acomete diversos órgãos e sistemas, sendo os gânglios, fígado, baço e coração mais frequentes, onde dentre as formas de contaminação não são restritas, estão associadas inclusive às transfusões sanguíneas, acidentes laboratoriais e transmissão vertical (FERREIRA AM, et al., 2018).Apesar de ser um grave problema de saúde público, no Brasil, podemos perceber o desequilíbrio na distribuição de recursos dirigidos às doenças negligenciadas, assim como a precariedade nas condições de saúde, onde torna mais dificultosa a melhora do perfil epidemiológico desta infecção, além de ter relação com fatores socioeconômicos e culturais populacionais (BRASIL MS, 2020).
OBJETIVODescrever o perfil epidemiológico da doença de chagas no Nordeste brasileiro entre os anos de 2014 a 2018.
MÉTODOTrata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo dos casos de Doença de Chagas Aguda na região Nordeste do Brasil notificados de forma compulsória através do Sistema de Informação do Ministério da Saúde (SINAN-DATASUS). Não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), visto que estes dados secundários são de livre acesso em plataforma digital. Para a análise e obtenção dos dados, foram incluídas as seguintes variáveis: idade, sexo, zona de residência, modo provável de infecção, evolução do agravo, casos novos no Brasil e casos novos por estado do Nordeste Brasileiro, entre os períodos de 2014 e 2018.
RESULTADOSA investigação se deu em todos os estados do Nordeste brasileiro, porém apenas quatro dos nove estados da região notificaram casos, sendo esta a segunda região brasileira com maior índice de casos notificados (53) no país entre os anos investigados neste estudo, e 2018 foi responsável pelo maior registro (29 casos). Ao todo foram notificados 53 casos novos de Doença de Chagas Aguda, a maior incidência se deu no estado do Maranhão (71,7%) e não houve diferença considerável entre o acometimento de pessoas do sexo masculino ou feminino.A faixa etária mais acometida foi entre 20 e 39 anos, seguida de 40 e 59 anos, não houve nenhum registro de gestantes confirmadas com o agravo em questão e a principal zona de residência foi a rural. Constatouse que o meio provável mais frequente de transmissão foi considerado o oral, por meio de alimentos, que