Uma das principais causas de síndrome nefrítica em crianças é a glomerulonefrite pós-estreptocócica (GNPE). Para a sua identificação deve-se fazer uma anamnese detalhada, questionar se houve infecções recentes, juntamente com exame físico minucioso, atentando aos sinais clínicos, pois podem ser erroneamente interpretados e mal diagnosticados, podendo evoluir para casos mais graves. Apesar de sua incidência ter diminuído devido a melhora do saneamento básico, nutricional, diagnóstico precoce e tratamento adequado, ainda é uma preocupação relevante de saúde pública no Brasil, por ser uma doença de maior prevalência em países em desenvolvimento (HERMOSILLA AVT, 2022).
OBJETIVO:Revisar a literatura científica com o propósito de realizar um compêndio atualizado para melhor entendimento médico, corroborando para um diagnóstico e tratamento adequados da GNPE, visando melhor qualidade de vida ao paciente e diminuindo gastos públicos com a saúde.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:A glomerulonefrite pós-estreptocócica ocorre após infeção por cepas nefritogênicas do estreptococo βhemolítico do grupo A de Lancefield. Geralmente há relatos de infecção prévia de pele (piodermite), três a seis semanas antes ou de faringite estreptocócica, uma a três semanas antes (PEREIRA JLS, et al., 2020). Mais comum em crianças e adolescentes entre 4 e 14 anos de idade, incomum antes dos 3 anos, sendo mais prevalente no sexo masculino (HERMOSILLA AVT, 2022). É uma doença imunomediada, levando a produção de anticorpos e formação de imunocomplexos circulantes, que se depositam nos glomérulos causando inflamação e alterações da função renal. A síndrome nefrítica caracteriza-se por instalação súbita de hematúria dismórfica, edema, oligúria, hipertensão arterial, proteinúria subnefrótica, diminuição da função renal com retenção de sódio e água, além de níveis baixos séricos do complemento C3 (PEREIRA JLS, et al., 2020). Se diagnóstico incorreto ou tratamento inadequado, complicações mais graves podem ocorrer como: insuficiência renal aguda com necessidade de diálise, edema agudo de pulmão, encefalopatia hipertensiva. Tratamento individualizado, baseado em medidas não farmacológicas (restrição água e sódio) e farmacológicas (diuréticos, antibióticos) (TROCHE AV, et al., 2020).