Exame citológico em medicina veterinária: estudo retrospectivo de 11.468 casos (1994-2008)

Abstract

Foi realizado um estudo retrospectivo dos resultados dos exames citológicos provenientes dos arquivos do Serviço de Citopatologia do Laboratório de Patologia Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, São Paulo, entre janeiro de 1994 e dezembro de 2008. Do total de 139.986 animais atendidos no Hospital Veterinário da instituição, 11.468 (8,2%) foram encaminhados para exame citológico. Desses diagnósticos, 57,28% corresponderam a lesões neoplásicas, 19,28% a lesões inflamatórias e 14,79% a processos não neoplásicos (imunológicos, degenerativos, hiperplásicos ou displásicos). Não foi possível concluir o diagnóstico por meio do exame citológico em 7,28% dos casos e não haviam informações diagnósticas registradas em 1,37% dos casos. Dentre os animais que mais receberam indicação para exame citológico destacaram-se os caninos (92,06%), seguidos pelos felinos (4,08%), bovinos (1,77%) e equinos (1,30%). Lesoes neoplásicas foram as mais comumente observadas e foram mais prevalentes nos cães (59,18%), afetando principalmente animais com idade média de 119,60 meses e principalmente fêmeas (61,61%). O incremento anual observado ao longo dos 15 anos de aplicação da citologia demonstra que o exame citológico é um método de suma importância para confirmar, sugerir ou afastar o diagnóstico de diversas afecções, inclusive neoplasia, em todas as espécies animais.

Nonconformities in Veterinary Cytopathological Examinations: A Retrospective Study of Unsuitable Samples for Analysis

“…In this study, the total number of inconclusive cases corresponded to 5.81% of all cases examined, being proportionally classifi ed as equal or lower when compared with the numbers of inconclusive cases reported by other authors [12][13].…”

Diagnóstico citopatológico de neoplasmas caninos e felinos: estudo retrospectivo / Cytopathological diagnosis of canine and feline neoplasms: retrospective study

“…A análise citopatológica tem sido considerada um exame determinante para diagnosticar uma variedade de enfermidades, contribuindo com o planejamento cirúrgico e o estabelecimento de protocolos terapêuticos (Huang, Wang & Da, 2020). Isso reflete o aumento no número de solicitações de exames citopatológicos ao longo dos anos por médicos veterinários, mas não excluindo a necessidade da análise histopatológica (Ventura, Colodel & Rocha, 2012). Além da aspiração por agulha fina ou imprint utilizados neste estudo retrospectivo, a raspagem, swab e cateterismo também são Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.2, p. 14947-14961 feb. 2022. métodos eficazes de colheita de material para avaliação células, porém utilizados com menor frequência (Ayele, Mohammed & Yimer, 2017).…”

Comparação Entre Os Diagnósticos Citopatológico E Histopatológico Em Neoplasias Mamárias De Cadelas

“…Cassali et al (2006) encontraram um índice de acerto de 67% e Simon et al (2009) de 88% ao comparar uma técnica com a outra. A citologia por aspiração com agulha fina (CAAF) pode indicar se a formação é ou não neoplásica (DALECK et al, 2008;VENTURA et al, 2012), porém nem sempre é fácil a interpretação (COLODEL et al, 2010;MORRIS;DOBSON, 2007). Neoplasias mamárias de grande volume e que apresentam tipos histológicos mistos em geral são de difícil interpretação e diagnóstico no exame citopatológico, contraindicando seu uso nesses casos (COLODEL et al, 2010).…”

“…Nesse contexto, a citopatologia apresenta, entre suas aplicações mais importantes, a diferenciação entre um processo inflamatório e uma neoplasia, e uma neoplasia benigna de uma maligna. Sendo, tanto para o clínico quanto para o proprietário, uma opção vantajosa, visto que o procedimento é feito de forma rápida, fácil e com baixo custo, além de ser pouco invasivo quando comparado a outras técnicas de diagnóstico (DALECK et al, 2008;TEIXEIRA et al 2010;VENTURA et al, 2012). Outra vantagem é a possibilidade de colheita de material proveniente de linfonodos, pele ou glândulas sem necessidade de sedação (LAVALLE et al, 2003;ROCHA, 2008).…”