O emprego do fogo como uma ferramenta de manejo no uso da terra é uma prática nociva aos ecossistemas da Amazônia. Apesar da sua importância, poucos estudos vêm sendo realizados na região para avaliar o comportamento do fogo sob condições ambientais. O estudo teve como objetivo avaliar a velocidade de propagação do fogo simulando, experimentalmente, a inclinação do terreno em quatro tratamentos (0o; 15º; 30º; 45º) com três repetições de diferentes tipos de combustível. Os combustíveis utilizados foram derivados da liteira (material fino) de pastagem, capoeira e floresta. Os combustíveis foram dispostos sobre dois tablados de madeira medindo 1,02 m2 (0,6 m x 1,7 m) formando uma camada homogênea de 8-10 cm de espessura. A ignição do material foi realizada com pinga-fogo na base da rampa. O fogo foi apagado quando as chamas alcançavam o final do tablado. A maior velocidade média de propagação (0,1328 m s-1) foi observada no material combustível da pastagem a 45º de inclinação, enquanto a menor velocidade (0,0020 m s-1) foi derivada do material da capoeira a 30º de inclinação. De modo geral, a inclinação simulada do terreno e os tipos de combustíveis afetaram positivamente a velocidade de espalhamento do fogo. No entanto, problemas no controle de algumas variáveis do experimento conferiram um viés negativo aos resultados. Diante do aumento vertiginoso das ocorrências de incêndios florestais observados nos últimos anos, é fundamental compreender as condicionantes ambientais que maximizam a propagação do fogo, sendo crucial para a elaboração de políticas públicas mais eficientes para a Amazônia.