RESUMO -Objetivo:Avaliar o reconhecimento olfativo nos transtornos invasivos do desenvolvimento (TID). Método: Vinte e um adolescentes do sexo masculino com TID (grupo experimental) e 21 controles pareados (grupo controle) foram submetidos a um teste olfativo padronizado, consistindo em doze estímu-los, em três momentos distintos: sem nenhuma sugestão quanto à identificação; associados a quatro alternativas lingüísticas para cada estímulo; e reapresentados, 25 dias após, sem alternativas lingüísticas. Avaliaram-se os resultados obtidos através de teste t e análise de variância (p=0,05). Resultados: O grupo experimental apresentou pior desempenho que o controle. Em ambos os grupos, os acertos aumentaram após estímulo e, após 25 dias, os acertos diminuíram, mas mantiveram um nível maior que aquele observado ao momento inicial, sem estímulo (p<0,001). A diferença foi maior após 25 dias, com o grupo experimental apresentando pior memória olfativa do momento anterior (p<0,001). Conclusão: O grupo experimental apresentou menores taxas de reconhecimento, independente das pistas anteriormente fornecidas, o que sugere uma dificuldade na associação do fenômeno e seu significado semântico. Mesmo com a nomeação dos odores controlada, a diferença nas taxas de reconhecimento permanece entre os dois grupos, não apenas com padrão deficitário, mas qualitativamente alterado.
PALAVRAS-CHAVE: transtornos globais do desenvolvimento infantil, olfato.
Smell recognition in pervasive developmental disordersABSTRACT -Aim: To evaluate smell recognition in pervasive developmental disorders (PDD). Method: Twenty-one PDD (experimental group) and 21 matched controls (control group) male adolescents were submitted to a standardized, 12-stimuli, smell battery in three moments: with no identification suggestion; associated to four linguistic alternatives for each stimulus, and submitted again, 25 days after, with no linguistic alternatives. Data was analyzed by t test and variance analysis (p=0,05). Results: The experimental group scored worse than control group. Both groups scored better after stimuli and, after 25 days, scores lowered, but stayed higher than initially, without any stimuli (p<0,001). The gap was higher after 25 days, when the experimental group showed poorer smell memory from initial presentation (p<0,001). Conclusion: The experimental group showed lower recognition scores, unrelated to clues previously offered, which suggests a difficulty in phenomena and semantic meaning association. Even after matching odors nomination, the gap of recognition scores remains between groups, not only in a deficitary pattern, but also qualitatively disturbed.