Resumo: A implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) em área de vegetação secundária é uma alternativa para potencializar o seu uso, agregando componentes de valor econômica garantindo renda ao agricultor e sustentabilidade no tipo de manejo. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial de paricá, açaí e cupuaçu em sistemas agroflorestais manejados com queima e sem queima da vegetação secundária no nordeste paraense. O estudo foi realizado na comunidade de Benjamim Constant, município de Bragança, Estado do Pará, Brasil. Duas áreas foram manejadas para implantação dos SAFs, uma com queima e outra sem queima da vegetação secundária. Coletou-se amostras compostas de solo das duas áreas, assim como a luminosidade. As variáveis avaliadas do paricá, açaí e cupuaçu foram: diâmetro, altura e mortalidade nos dois tratamentos. Os resultados mostraram que: a fertilidade do solo foi alterada no sistema de manejo com queima, porém com forte tendência de regressão. A diferença da luminosidade nos dois tratamentos foi significativa, com destaque para o com queima que apresentou alta incidência de luz. Os paricazeiros apresentaram maior crescimento em altura, diâmetro e sobrevivência no sistema com queima, enquanto do os cupuaçuzeiros e açaizeiros apresentaram maior altura e sobrevivência no sem queima. O tipo de manejo da vegetação para implantação de um SAF influência nas propriedades químicas do solo, na disponibilidade de luz e no desenvolvimento das espécies vegetais que compõem o sistema.