Experiência em sala de aula: evidência empírica da complexidade no ensino e aprendizagem de LE

Abstract

RESUMO: Este artigo argumenta pela compreensão do construto experiência, como um Sistema Adaptativo Complexo, tendo em vista que, para compreendê-la, toda experiência encapsula um processo, no qual outros eventos que a perpassam são trazidos à tona. Para tal, partimos da pesquisa sobre experiências, apresentando trechos de relatos de estudantes e professores sobre eventos vivenciados em salas de aula de língua estrangeira (LE), como evidência empírica de conceitos da complexidade, aplicados aos processos de ensino e aprendizagem de LE. Explicitamos, assim, a relação entre experiência, como construto, e caos / complexidade, como teoria, para compreender a natureza dos processos de ensino e aprendizagem de LE em salas de aula. PALAVRAS-CHAVE: experiências, ensino e aprendizagem de LE, caos e complexidade.ABSTRACT: This article argues for understanding the construct of experience as a complex adaptive system since experience, as a process, encapsulates other events that permeate it, bringing them to the fore. To this end, we briefly review research on experience and present excerpts from students' and teachers' report data of events experienced in the foreign language classrooms as empirical evidence of applying complexity theory concepts to understand the processes of foreign language teaching and learning. Thus, the explicit relationship between experience, as a construct, and chaos / complexity, as a theory, play a role for understanding the nature of classroom foreign language teaching and learning.

"Eu preciso levar para algum lugar":

“…No que concerne à geração dos dados, a pesquisa apresenta classificação híbrida, do tipo exploratória e experiencial. Recorremos, de um lado, ao tipo de pesquisa exploratória porque esse tipo de pesquisa tem por finalidade primordial desenvolver, esclarecer ou até mesmo modificar conceitos já formulados, através de um percurso que transcende as ideias generalizadas e categóricas apontadas pelos sujeitos (GIL, 1994); de outro lado, recorremos à modalidade experiencial porque privilegiamos a voz dos participantes da pesquisa, compreendidos como testemunhas legítimas de eventos e processos de ensino/aprendizagem (MICCOLI, 2014;MICCOLI;LIMA, 2012). Desse modo, damos visibilidade às experiências daqueles que se inseriram em eventos de letramento em que a produção do gênero artigo acadêmico foi demandada em decorrência do interesse em participar de eventos de letramento de publicização.…”

Experiências exitosas e emoções no ensino de línguas na pandemia

“…Desse modo, embora a descrição da experiência não substitua o que foi de fato vivido, é a descrição, na linguagem, que traz ao mundo humano o que nós vivemos. Assim, são a reflexão e o linguajar que permitem que sejamos capazes de descrever o que vivemos, ao utilizarmos a linguagem para materializar a experiência (MATURANA, 1988;MICOLLI;LIMA, 2012).…”

O que significa ser um "bom" produtor de artigo acadêmico para graduandos de um curso de Letras?

“…É exploratória porque tem como finalidade primordial desenvolver ou esclarecer um percurso que transcende as ideias generalizadas e categóricas apontadas pelos sujeitos (GIL, 1994). É experiencial porque privilegiamos a voz dos participantes da pesquisa, compreendidos como testemunhas legítimas de eventos e processos de ensino e aprendizagem (MICCOLI, 2014;MICCOLI;LIMA, 2012). Almejamos, assim, dar visibilidade às experiências daqueles que se inseriram em práticas de letramento em que a produção do gênero artigo acadêmico foi demandada 5 .…”