Experiência paterna no primeiro ano de vida da criança: revisão integrativa de pesquisas qualitativas

Abstract

As transformações sociais têm suscitado a reflexão sobre o papel paterno e apontado para novas paternidades, caracterizadas pelo envolvimento mais efetivo do pai no cotidiano familiar e nos cuidados com a criança. A presente revisão integrativa de pesquisas qualitativas teve como objetivo sintetizar as evidencias da literatura sobre a experiência paterna ao longo do primeiro ano de vida da(o) filha(o), com atenção às questões de gênero. Vinte e três artigos integram este estudo. Observou-se que os pais vivenciaram interações positivas com seus bebês e, ainda, almejaram mais tempo e espaço para se dedicarem à família. No entanto, a desigualdade entre os gêneros, a contínua exigência da provisão financeira do lar e sua inaptidão para o momento da amamentação impediram que houvesse maior envolvimento paterno. Concluiu-se que o movimento das novas paternidades faz-se presente na vivência do pai e as tendências contemporâneas de gênero são desafios no apoio à parentalidade.

Aleitamento Materno E Parentalidade: Uma Relação Em Construção

“…Experienciar novas formas de paternidade provoca um impacto entre os desejos do pai e valores sociais, num contraponto que também põe em questão o modelo de masculinidade. Para tanto se entende que a construção do pai pós-moderno requer a participação de uma mãe sensível às necessidades do seu companheiro e eficiente no estímulo de sua participação no cuidado dos filhos e nas tarefas do cotidiano (FERREIRA et al, 2015). O estudo em questão aponta para a necessidade de maior enfoque nas orientações e incentivo da participação paterna na construção desta relação com a prática da amamentação.…”

Conceptions and Experiences of Paternal Involvement among Quebec Fathers: A Dual Parental Experience

“…The importance the fathers attached to their role as providers, a crucial element in the definition of "good father" highlighted in a few studies (Morman, 2006;Ralph & Ralph, 2016), conflicted with their conception of an engaged father, who is available and present for his child. In this study, fathers wanted to be emotionally and physically involved, but they also felt the pressure to "provide", to protect and guide their families (Ferreira et al, 2015;Johansson et al, 2016).…”

A experiência do homem, ao tornar-se pai, no contexto gestacional e nos primeiros meses de vida do bebê

“…& Dias, 2011). Assim, o papel do homem no âmbito familiar encontra-se em processo de redefinição, em consonância com as transformações experienciadas também pelas mulheres e, na experiência paterna, pode coexistir a função tradicional de provedor e de um pai mais presente, envolvido com os cuidados do filho e com maior contato afetivo(Balancho, 2004;Silva, Lamy, Rocha & Lima 2012;Ferreira et al, 2016).…”