Experiências De Profissionais De Saúde No Manejo Da Violência Infantil

Abstract

<p>Objetivo: conhecer a experiência de profissionais de saúde da atenção básica no manejo da violência infantil. Método: estudo qualitativo, descritivo, exploratório. Entrevistaram-se profissionais de saúde que atuavam em uma Unidade de Saúde da Família. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas norteadas por questões relacionadas à assistência à criança e à família em risco ou situação de violência. Submeteram-se os depoimentos à Análise de Conteúdo. Resultados: identificaram-se várias representações da violência na perspectiva dos entrevistados, as quais deram origem à categoria “Lidando com a violência contra a criança: fatores que comprometem a assistência”. Conclusão: a experiência de profissionais de saúde da atenção básica no manejo da violência infantil experimenta diversas dificuldades na prática, especialmente relacionadas à falta de conhecimento, interferência e participação da família e desarticulação da rede de proteção infantil. </p><p>Descritores: Crianças. Defesa da Criança e do Adolescente. Maus-tratos Infantis. Violência. Violência Doméstica. Pessoal de Saúde.</p>

Atuação da enfermagem frente à violência intrafamiliar contra crianças e adolescente

“…Nesse contexto, os serviços de saúde, principalmente as unidades básicas, têm se mostrado uma importante instituição de interferência a esses casos, já que são os profissionais da atenção primária que estão mais próximos da comunidade e observam a vivência familiar dos moradores (Freitas, et al, 2021;de Freitas, et al, 2020;Santos et al, 2019). Tal acompanhamento do meio em que as crianças e os adolescentes estão inseridos é relevante para a identificação e a denúncia desses ocorridos, já que casos como esse são de notificação compulsória ao Conselho Tutelar, sem prejuízos de outras providências legais (Brasil, 2002).…”

“…Contudo, mesmo com essa importância da atenção primária para sinalização e intervenção nos casos de violência intrafamiliar, mesmo sendo a notificação obrigatória, ainda há omissão dos profissionais dessa área. A subnotificação ocorre pela falta de capacitação para atuação em situações deste tipo, por não saberem como agir e também por sentirem medo de colocar sua integridade física em risco caso façam a denúncia (Freitas, et al, 2021;Santos et al, 2019).…”

“…Torna-se instrumento essencial para uma necessária integração entre as instituições, permitindo formas articuladas de intervenção, promovendo um fortalecimento intersetorial com efetivo envolvimento da família, do Estado e da sociedade na proteção às crianças e adolescentes. Desse modo estão envolvidas as instituições escolares e de atenção à saúde, pautada na garantia de direitos, na promoção, emancipação e autonomia do sujeito-cidadão, sabendo que, tal construção sem a participação efetiva dos setores que integram essa rede, será sempre deficiente, refletindo em uma assistência fragmentada, negligente e pouco resolutiva (Santos et al, 2019;da Silva, et al, 2019).…”

“…Entretanto, as condições de vida no Brasil impõem uma série de dificuldades para boa parte dos brasileiros, especialmente crianças e adolescentes que tendem a não compreenderem ou serem instruídas de seus próprios direitos, estes garantidos por lei, tornando o trabalho de identificação e combate a estas práticas ainda mais difícil (Justino & Nascimento, 2020;Santos et al, 2019).…”

Violência Contra Crianças E Adolescentes: Atuação Da Enfermagem

“…que acometem grupos vulneráveis, incluindo crianças, podem contribuir para essa situação. Sabe-se que essa temática não é contemplada na maioria das matrizes curriculares dos cursos de Ensino Superior da saúde, incluindo a pós-graduação, e não se apresenta como alvo de capacitação na formação continuada das equipes da ESF 22. Constata-se, em relação à atuação dos profissionais de Enfermagem na notificação da violência Ressalta-se que a violência física, geralmente, deixa marcas evidentes sobre o corpo, o que aumenta significativamente a chance de serem reconhecidas e diagnosticadas como lesões decorrentes de violência, facilitando-se a sua notificação em relação a outros tipos de violência.Avalia-se, assim, que as Redes de Proteção e Assistência devem se estruturar pela articulação entre os distintos atores das organizações envolvidas para a troca de experiências e, principalmente, para o enfrentamento de problemas concretos e comuns 25.…”